quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

PT insatisfeito com escolhas de Dilma para ministérios

REFORMA

Grupo do PT divulga nota pedindo a substituição da ministra Ideli Salvatti nos Direitos Humanos

O TEMPO
PUBLICADO EM 31/12/14 - 04h00
Brasília. Após anunciar nomes de ministros de correntes do PT distantes do ex-presidente Lula, a presidente Dilma Rousseff enfrenta a insatisfação pública do partido. Nesta terça, a Secretaria Nacional de Direitos Humanos do PT divulgou nota na qual pede a troca da atual ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti. Para tentar apagar o incêndio, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu em defesa dos nomes anunciados pela presidente e refutou a existência de divergência interna no PT sobre o assunto. “O PT está coeso na defesa do governo Dilma”, disse Cardozo.

No comunicado, a secretaria petista argumenta, sem citar diretamente o nome de Ideli, que, em um momento em que “setores conservadores” da sociedade defendem propostas que retroagem em “conquistas sociais e humanitárias”, a pasta deve ser administrada por um nome com afinidade com a área.
“Ficando a Secretaria de Direitos Humanos com o PT, há um entendimento que a ministra (Ideli)deu a sua contribuição, mas é necessária a nomeação de algum petista ligado a área dos Diretos Humanos”, destaca o comunicado.
Ex-senadora, Ideli assumiu a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência em abril, quando a então titular da pasta, deputada Maria do Rosário (PT-RS), deixou o cargo para disputar a reeleição na Câmara. Na ocasião, Ideli foi deslocada da Secretaria de Relações Institucionais para os Direitos Humanos.
Cardozo, cuja permanência no Ministério da Justiça deve ser confirmada até hoje pela presidente, minimizou o fato. “Não existe divergência. É absolutamente natural que, às vezes, pessoas se manifestem querendo que seu grupo seja mais contemplado”, disse.
Ao ser questionado sobre a insatisfação do PT com a reforma ministerial, o governador da Bahia e futuro ministro da Defesa, Jaques Wagner, reconheceu que os nomes não agradaram.
“Tomada a decisão pela presidente, está resolvido. Mas é de praxe do nosso partido nunca ficar totalmente pacificado. Essa é a cara do PT. Sempre vai ter alguém achando do jeito que ele não quer”, avaliou.
O deputado Pepe Vargas – que ocupará a Secretaria de Relações Institucionais – e o novo chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, em substituição a Ricardo Berzoini e Gilberto Carvalho, fazem parte da nova composição dos responsáveis pela articulação política dentro do Palácio do Planalto. As trocas são vistas como distanciamento de Lula. Para o ministro da Justiça, o governo que tem sido montado por Dilma para o próximo mandato é “adequado às propostas que a presidente lançou durante a campanha eleitoral”.
Descanso
PraiaApós a cerimônia de posse, a presidente Dilma Rousseff seguirá no dia seguinte para a Base Naval de Aratu. A presidente ficará mais quatro dias descansando no litoral baiano.
Juca Ferreira volta para a Cultura
Brasília
. O ex-ministro da Cultura e atual secretário municipal de Cultura de São Paulo, o sociólogo Juca Ferreira, 65, voltará para a pasta da Cultura em 2015. A informação foi confirmada nesta terça à noite pelo Palácio do Planalto.

Ferreira havia se licenciado da prefeitura para coordenar a área de cultura da campanha de Dilma Rousseff (PT).

Juca assumiu a pasta em 2008 e após a vitória de Dilma em 2010, houve um movimento no setor cultural que pleiteou o “Fica, Juca”, mas a presidente preferiu nomear Ana de Hollanda.
Amorim
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, ganhou uma sobrevida no cargo. A recusa de Celso Amorim em aceitar a volta ao Itamaraty teria deixado a presidente Dilma Rousseff sem alternativas para substituí-lo. Por enquanto, Figueiredo fica, mas não deve durar até o final deste segundo mandato. Figueiredo é criticado por sua atuação na pasta
.

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