Paulo de Tarso Lyra - Estado de Minas
Publicação: 30/04/2014 00:12 Atualização: 30/04/2014 07:06
Brasília – A nova queda da presidente Dilma Rousseff
nas pesquisas de intenção de voto abriu de vez a ferida que divide
lulistas e dilmistas dentro do PT e na base aliada do governo. “Sabíamos
que havia o desgaste, mas ela está caindo mais rápido do que
esperávamos”, assustou-se um integrante da coalizão governista, que não
esconde a afinidade com o ex-presidente. Já o vice-presidente do PT,
deputado José Guimarães (CE), acredita que é hora de encerrar as
especulações e sepultar de vez o “Volta, Lula”. “Temos de fazer nosso
dever de casa, acabar com esse disse me disse e deixar claro que nossa
candidata é Dilma Rousseff”, sentenciou.
A pesquisa divulgada nessa terça-feira
surge em um momento no qual as más notícias para Dilma se avolumam. Na
segunda-feira, a bancada do PR na Câmara pregou abertamente o “Volta,
Lula”. O líder do partido, Bernardo Santana (MG), pendurou uma foto do
ex-presidente na parede do gabinete. O PSD do Rio de Janeiro fechou
apoio ao pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves (MG),
apesar do apoio explícito dado pela cúpula da legenda à reeleição de
Dilma. O tucano espera os próximos resultados das pesquisas eleitorais
para tentar uma abordagem mais incisiva em direção ao PP e à senadora
Ana Amélia (RS), pré-candidata ao governo gaúcho.
Para José Guimarães, o PT é o responsável por esse clima de insegurança. Pré-candidato ao Senado pelo Ceará, ele aposta as fichas no encontro partidário marcado para sexta e sábado em São Paulo. “Lula e Dilma têm de dar sinais claros de que estão unidos e de que ela é a candidata. Senão, vamos seguir nesse clima infernal de desgaste”, comentou. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) reforça o entendimento e diz que o partido não pode cometer a “loucura” de substituir Dilma por Lula neste momento. “A queda da presidente nas pesquisas se deve ao massacre que estamos passando. Quando começar o horário eleitoral, vamos ter o que mostrar para a população.”
No fim de semana passado, durante entrevista a uma rede de televisão portuguesa, Lula reiterou que a candidata será Dilma Rousseff. “Eu vou ser cabo eleitoral da Dilma, vou para a rua fazer campanha para Dilma”, afirmou à rede RTP. Ontem, o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, reconheceu que o “Volta, Lula” constrange o ex-presidente. “Essa hipótese não existe, é zero. O (ex) presidente Lula está determinado a dar todo o empenho à reeleição da presidente Dilma. Ele é mais do que taxativo, nunca cogitou essa hipótese (de se candidatar) e está muito incomodado”, disse Carvalho.
Para o ministro, a pressão só serve para fragilizar o Planalto. “Só quem não viveu as experiências duras de ser governo é que vacila à primeira crise que existe. Eu não consigo entender esse tipo de posição. Respeito, mas discordo radicalmente e alerto aos companheiros do meu partido que esse tipo de expressão só vem a favorecer os adversários, só no fragiliza. Por isso que eu me insurjo fortemente contra esse tipo de especulação ou de opinião, sobretudo quando vem de dentro do meu partido”, esbravejou o ministro, que no discurso da posse, em 2011, afirmou que “daria a vida por Lula”.
DIVERGÊNCIAS Apesar do discurso de Carvalho, o partido está fragmentado. “Vamos conversar daqui a um mês. Se o cenário mudar, a pressão acaba. Se continuar do jeito que está, o caldeirão explode”, afirmou um interlocutor do partido. Outro integrante da base aliada, que tem mantido reuniões constantes com o ex-presidente Lula em São Paulo, atribuiu ao próprio cacique petista a ambiguidade nas declarações. “Há duas semanas, Lula deu uma entrevista para blogueiros na qual criticou os rumos da política econômica do governo. Vai querer me convencer de que uma declaração dessas ajuda Dilma?” , provocou o aliado.
Para José Guimarães, o PT é o responsável por esse clima de insegurança. Pré-candidato ao Senado pelo Ceará, ele aposta as fichas no encontro partidário marcado para sexta e sábado em São Paulo. “Lula e Dilma têm de dar sinais claros de que estão unidos e de que ela é a candidata. Senão, vamos seguir nesse clima infernal de desgaste”, comentou. O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) reforça o entendimento e diz que o partido não pode cometer a “loucura” de substituir Dilma por Lula neste momento. “A queda da presidente nas pesquisas se deve ao massacre que estamos passando. Quando começar o horário eleitoral, vamos ter o que mostrar para a população.”
No fim de semana passado, durante entrevista a uma rede de televisão portuguesa, Lula reiterou que a candidata será Dilma Rousseff. “Eu vou ser cabo eleitoral da Dilma, vou para a rua fazer campanha para Dilma”, afirmou à rede RTP. Ontem, o secretário-geral da Presidência, ministro Gilberto Carvalho, reconheceu que o “Volta, Lula” constrange o ex-presidente. “Essa hipótese não existe, é zero. O (ex) presidente Lula está determinado a dar todo o empenho à reeleição da presidente Dilma. Ele é mais do que taxativo, nunca cogitou essa hipótese (de se candidatar) e está muito incomodado”, disse Carvalho.
Para o ministro, a pressão só serve para fragilizar o Planalto. “Só quem não viveu as experiências duras de ser governo é que vacila à primeira crise que existe. Eu não consigo entender esse tipo de posição. Respeito, mas discordo radicalmente e alerto aos companheiros do meu partido que esse tipo de expressão só vem a favorecer os adversários, só no fragiliza. Por isso que eu me insurjo fortemente contra esse tipo de especulação ou de opinião, sobretudo quando vem de dentro do meu partido”, esbravejou o ministro, que no discurso da posse, em 2011, afirmou que “daria a vida por Lula”.
DIVERGÊNCIAS Apesar do discurso de Carvalho, o partido está fragmentado. “Vamos conversar daqui a um mês. Se o cenário mudar, a pressão acaba. Se continuar do jeito que está, o caldeirão explode”, afirmou um interlocutor do partido. Outro integrante da base aliada, que tem mantido reuniões constantes com o ex-presidente Lula em São Paulo, atribuiu ao próprio cacique petista a ambiguidade nas declarações. “Há duas semanas, Lula deu uma entrevista para blogueiros na qual criticou os rumos da política econômica do governo. Vai querer me convencer de que uma declaração dessas ajuda Dilma?” , provocou o aliado.