terça-feira, 30 de junho de 2015

Os problemas aparecerão no segundo semestre


José Antônio Bicalho
José Antônio Bicalho
jleite@hojeemdia.com.br


30/06/2015

O risco de que o governo estadual enfrente sérios dificuldades financeiras neste ano é real, mas o problema aparecerá de agora em diante. No caixa do governo, a velocidade do mundo real aparece com alguns meses de atraso. O que as empresas estão pagando de impostos hoje reflete uma dinâmica econômica passada, que ainda não estava tão deteriorada quanto a atual, e menos ainda do que o previsto para o segundo semestre.
Até agora, não houve uma redução significativa de entradas de receita no caixa do governo. Como mostra matéria do repórter Raul Mariano, nas páginas 4 e 5, se anualizarmos o que foi arrecadado pelo governo (impostos e demais receitas) entre janeiro e abril, o equivalente a R$ 16,128 bilhões (receita corrente líquida), chegaremos a um montante projetado para este ano de R$ 48,384 bilhões. Isso é até um pouco a mais do que foi realizado ao longo do ano passado, quando as receitas do governo do Estado chegaram a R$ 47,644 bilhões.
O problema é que muito dificilmente chegaremos lá. A economia brasileira está evidentemente em declínio. E a economia mineira, baseada em exportação de commodities, que sofrem também com a crise internacional, ainda mais pressionada.
Minério mais barato no mercado internacional, retração do consumo de aço no mercado interno, indústria automotiva em marcha lenta, cimento e construção civil em queda livre. Nada, nem mesmo as commodities agrícolas (menos desvalorizadas) apontam para uma recuperação da atividade econômica e, consequentemente, das receitas do governo.
Preventivamente, o governo cortou todos os investimentos (veja a matéria já citada). Não há espaço algum para manobras.
Com as despesas engessadas, como é praxe dos governos, a única alternativa é não inventar. Tocar apenas a administração da máquina para num futuro, que se espera não muito distante, a economia volte a girar, gerando algum fôlego para a retomada dos investimentos.
Usiminas
A Usiminas comunicou ontem a redução da jornada de trabalho na sede da empresa, na região da Pampulha. Durante três meses, a sede não funcionará às sextas-feiras. A mudança foi negociada e aprovada pelos empregados dos setores administrativos da Usiminas e começará a valer a partir do dia três de julho.
Inicialmente, a mudança vigorará por três meses, mas poderá ser prorrogada por igual período. De acordo com o comunicado da empresa, a mudança “visa adequar os custos de pessoal e a melhoria da competitividade da Usiminas no atual cenário de mercado”.
O fato é que a crise está feia para as empresas siderúrgicas, principalmente para as fabricantes de aços planos para automóveis e eletrodomésticos, para atendimento do mercado doméstico, como é o caso da Usiminas. 

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