Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
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A estratégia parece com aquela situação de uma faca de dois gumes. Se é
usada para dizer, como afirma o presidente do PT nacional, Rui Falcão,
que a candidatura Lula, em 2018, é desejada pelo partido e por setores
da sociedade, mas temida pela oposição, pode passar também a ideia de
que a presidente Dilma Rousseff (PT) não irá se recuperar do atual
desgaste, que a deixa com menos de 10% de aprovação popular, alvo dos
efeitos negativos espalhados pelo escândalo na Petrobras e, mais ainda,
responsabilizada pela deterioração do quadro econômico.
Lula não só admitiu, durante entrevista em Montes Claros (Norte de
Minas), que pode, em 2018, voltar a disputar as eleições presidenciais,
especialmente se a oposição achar que pode vencer, como também já se
comporta como candidato. Até porque, Lula não sabe agir de outra forma
quando tem um microfone às mãos e, diante de si, uma plateia que o
idolatra. Antes de fazer outro “comício” em Belo Horizonte, Lula
reuniu-se com metade da bancada federal do PT e a maioria da bancada
estadual petista, para ouvir por alguns minutos e falar por mais de uma
hora.
Do que ouviu, o ex-presidente aprovou o desempenho do governo Fernando
Pimentel (PT), pelo relato que lhe fez o líder na Assembleia
Legislativa, Durval Ângelo, e até, em tom de brincadeira, disse que o PT
mineiro deveria exportar o modelo político para Brasília, onde o
partido não dá conta de liderar e conviver com os aliados, como o PMDB.
Ao assumir o microfone, Lula também falou com nostalgia da militância e
das origens do partido e fez um apelo para que todos resgatassem o
jeito petista, a ética e a transparência que foram marca nos primórdios
do PT. Sobre os desdobramentos das investigações na Operação “Lava
Jato”, tranquilizou a todos, afirmando que, ao final, todos os partidos,
até mesmo o PT, serão responsabilizados e que os envolvidos devem ser
punidos.
Ainda que Lula tenha luz e potencial próprios, seu futuro político está
umbilicalmente ligado ao desempenho da presidente Dilma. Mesmo assim,
um petista adiantou que, em caso de fracasso de sua afilhada política,
ele já teria a receita da superação, por meio do discurso da
vitimização. “A Dilma do Lula é a do primeiro mandato. A do segundo, a
oposição não a deixou governar”.
Retirem os celulares
Antes de assumir o microfone e falar aos petistas, em um hotel da zona
sul da capital mineira, Lula pediu a todos que deixassem os celulares de
fora do auditório para que eles não se desconcentrassem com o uso
whatsApp. Foi obedecido, e disse que assim poderia falar olho no olho
com todos, além, é claro, de evitar vazamentos impróprios de gravações
de sua fala, que, nos últimos meses, tem gerado estresse junto à
companheira sucessora.
Porteira está aberta
Ao contrário de São Paulo, o PT mineiro está recebendo a adesão de
prefeitos de outros partidos. Enquanto o paulista anotou a desfiliação
de 14 prefeitos, o mineiro receberá, até o final de setembro, a adesão
de 15, egressos de vários partidos, como os prefeitos de Ibiá, do PHS, e
de Guiricema, do DEM. Ao contrário de São Paulo, o governo mineiro é
petista.
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