segunda-feira, 31 de agosto de 2015

PF investiga repasse de Sintram a ex-firma de Pimentel

Investigação

OPR sucedeu a P-21 Consultoria, que teve o político como sócio e recebeu R$ 1,1 milhão

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Fernando Pimentel nega ter participado da OPR Consultoria Imobiliária
PUBLICADO EM 31/08/15 - 03h00
BELO HORIZONTE. A antiga empresa de consultoria do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), recebeu R$ 1,1 milhão do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram), que reúne concessionárias do transporte público na Grande BH e tem interesse direto nas decisões do governo, de acordo com reportagem do jornal “O Globo”.
A Polícia Federal suspeita que se trata de caixa dois para a campanha do petista e investiga o caso. Oficialmente, os pagamentos foram realizados a título de “avaliação mercadológica” do patrimônio do sindicato e das empresas. Por lei, o Sintram não pode fazer doações eleitorais.
No entanto, várias associadas negam terem tido os bens avaliados. O patrimônio do Sintram também não justifica o pagamento de R$ 1,1 milhão: é de apenas R$ 2,5 milhões, segundo balanço patrimonial oficial.
A empresa que recebeu os pagamentos, a OPR Consultoria Imobiliária, se chamava P-21 Consultoria até 2012 e tinha sociedade composta por Pimentel e o assessor Otílio Prado. Pimentel deixou a sociedade no mesmo ano em que a empresa mudou de nome e de objeto social. Depois da eleição, Otílio transferiu a empresa para o filho, Alexandre Allan Prado. Hoje, Otílio é assessor da Secretaria da Fazenda.
Em junho deste ano, a PF cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da OPR e na casa de Alexandre Prado, no âmbito da operação Acrônimo, que investiga Pimentel. Além do Sintram, outras entidades patronais de Minas teriam realizado pagamentos suspeitos à OPR e a empresas sob influência de Otílio Prado. O inquérito corre sob sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), por causa do foro privilegiado do governador.
Em nota, o governo nega irregularidades. “Em relação a OPR Consultoria Imobiliária, o governador esclarece que nunca participou da referida empresa. Tampouco tem conhecimento dos contratos firmados e/ou trabalhos realizados pela mesma”.

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