quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Como hábitos diários podem influenciar a longevidade

Pequenas mudanças na rotina como praticar atividade física, ingerir alimentos frescos e orgânicos, passar mais tempo ao ar livre e realizar atividades em grupo podem ter um grande impacto na qualidade de vida na terceira idade

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Nos países com as maiores expectativas de vida, as pessoas têm o hábito de andar mais a pé, ingerir alimentos frescos, passar mais tempo em atividades em grupo e vivem a vida em um ritmo muito mais lento do que em outras partes do mundo(Thinkstock/VEJA)
Uma pesquisa publicada recentemente no periódico científico Lancet mostrou que, apesar de todos os avanços da ciência, da medicina e da tecnologia, a qualidade de vida do ser humano continua baixa. O novo estudo, que teve duração de 23 anos e foi feito em 188 países, mostrou que enquanto a expectativa de vida aumentou seis anos desde 1990, a saúde e a qualidade de vida estão em declínio.
Isso porque, de acordo com o estudo, a maioria das pessoas que vive nos países com as maiores expectativas de vida está passando esses anos adicionais de vida doente ou hospitalizada. De acordo com os autores, as principais causas que contribuem com o maior grau de perda de saúde são doenças cardiovasculares, infecções respiratórias e problemas psiquiátricos, como depressão. Segundo eles, todas poderiam ser prevenidas com a adoção de um estilo de vida mais saudável.
De acordo com o ranking, Japão, Cingapura, Andorra e Islândia foram alguns dos países classificados com as maiores expectativas de vida. Enquanto os piores ficaram com Reino do Lesoto, Suazilândia, República Centro-Africana e Guiné-Bissau, todos no continente africano.
Entretanto, de acordo com informações do site de notícias americano Fox News, mesmo entre os "top 10" do ranking, apenas dois países - Japão e Itália - tem cidades consideradas "zonas azuis" (tradução livre do inglês "blue zones") por um projeto da National Geographic. As zonas azuis são áreas onde a longevidade, a saúde e a qualidade de vida convergem.
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Os resultados fizeram emergir uma série de opiniões sobre porque, apesar de todos os avanços da vida moderna, as qualidades de vida e de saúde continuam baixas. Nos países com as maiores expectativas de vida, ocorre uma maior prática de atividade física, além da ingestão de alimentos frescos e cultivados localmente. As pessoas que vivem nestes locais também têm o hábito de andar a pé quando precisam ir a algum lugar, praticam jardinagem e voluntariado e cuidam de membros da família. A vida é vivida em um ritmo muito mais lento e as conexões familiares e comunitárias são muito mais fortes do que em outras partes do mundo.
Já os lugares com expectativas de vida mais baixas são marcados pela predominância de empregos sedentários, isolamento social, disparidades socioeconômicas, stress crônico, dietas ricas em alimentos processados e de baixo valor nutricional e vida sedentária.
1 -

Case-se

Casar-se, ou simplesmente ter um companheiro ao longo da vida, pode acrescentar anos à vida de uma pessoa. Um estudo feito na Universidade Duke, nos Estados Unidos, com 4 800 pessoas descobriu que adultos solteiros correm um maior risco de morte prematura e, portanto, são menos propensos a chegar à terceira idade do que aqueles que vivem com um companheiro. Na pesquisa, as pessoas que nunca haviam se casado tiveram mais do que o dobro do risco de morrer precocemente do que as que viviam com um parceiro. Essa chance foi 60% maior entre aquelas que já tinham sido casadas alguma vez na vida. 
2 -

Beba café - com moderação!

Ingerir três xícaras de café todos os dias é suficiente para prolongar a vida de pessoas com mais de 50 anos. Um estudo do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos descobriu que essa quantidade da bebida é capaz de reduzir em 10% o risco de mortalidade em um período de doze anos nesse público. Além disso, outras pesquisas já associaram o café à proteção contra doenças como câncer de pele e derrame. Isso não quer dizer, porém, que as pessoas devam exagerar no café: a mesma pesquisa americana encontrou uma relação entre o excesso de cafeína e um maior risco de câncer entre homens.

 3 -

Saia do sedentarismo

Muitas pesquisas já comprovaram que exercitar-se é um dos caminhos para viver mais. Um estudo dinamarquês de 2012, por exemplo, concluiu que a corrida leve pode aumentar a longevidade em até seis anos. Já uma pesquisa americana publicada no mesmo ano mostrou que atividades físicas de lazer, como caminhar ou pedalar no parque, é capaz de acrescentar até 4,5 anos na expectativa de vida de alguém. Os prejuízos do sedentarismo, no entanto, não são evitados apenas com os exercícios, mas também com a redução do tempo em que uma passa sentada em frente à televisão ou ao computador. Um estudo feito na Austrália e publicado em 2012 provou que o sedentarismo não só provoca doenças, como encurta a vida. A pesquisa avaliou 200 000 pessoas acima de 45 anos e descobriu que as que permaneciam sentadas por mais tempo tinham duas vezes mais chance de morrer em um período de três anos do que aquelas que ficavam sentadas por menos tempo ao longo do dia.

4 -

Inclua peixe no cardápio

Um estudo da Universidade Harvard descobriu que pessoas com mais de 65 anos que desejam ter uma vida mais longa podem começar por incluir peixe no cardápio com maior frequência. O alimento, especialmente tipos como a sardinha, o salmão e o atum, é rico ômega-3, nutriente que já foi associado a benefícios à saúde cardiovascular. A pesquisa americana acompanhou 2 700 pessoas com 65 anos ou mais ao longo de 12 anos e concluiu que aquelas que apresentavam os maiores níveis de ômega-3 no organismo viviam, em média, 2,2 anos a mais do que quem nunca consumia o nutriente. A recomendação dos pesquisadores é o consumo de no mínimo duas porções por semana de peixes ricos em ômega-3. 
5 -

Adote um estilo de vida saudável

Muitas pessoas podem pensar que uma maior longevidade se conquista com hábitos saudáveis seguidos ao longo da vida toda, mas uma pesquisa feita na Suécia concluiu que adotar um estilo de vida saudável já na velhice também contribui nesse sentido. O estudo analisou, ao longo de 18 anos, a sobrevivência de 1 800 idosos com mais de 75 anos e descobriu que não fumar, não beber em excesso e praticar exercícios pode aumentar em até cinco anos a longevidade, mesmo entre aqueles que têm alguma doença crônica. 
6 -

Coma mais vegetais e menos carne vermelha

Um dos segredos da longevidade pode estar em seguir uma conhecida recomendação dos médicos: comer pelo menos cinco porções de frutas e vegetais todos os dias. Um estudo sueco publicado em 2013 acompanhou mais de 70 000 adultos durante 13 anos e descobriu que quem segue essa recomendação vive, em média, três anos a mais do que quem nunca consome frutas e vegetais. Além disso, segundo uma pesquisa da universidade americana Loma Linda, o risco de morte dentro de um período de seis anos chega a ser 12% menor entre vegetarianos em comparação com quem come carne. O consumo de carne vermelha por si só já foi associado a uma chance até 20% mais elevada de mortalidade. A conclusão faz parte de trabalho da Universidade Harvard publicado em 2012. 
7 - 

Cultive o apoio social

Uma característica chave das culturas com as maiores expectativas de vida é o amplo suporte social. As várias gerações de uma família vivem e trabalham em estreita proximidade. A maioria das pessoas também está frequentemente envolvida em eventos e reuniões da comunidade em que vivem. Portanto, passar mais tempo com a família, realizar atividades voluntárias, frequentar grupos de apoio ou se engajar em atividades na sua comunidade são formas de melhorar a qualidade de vida e aumentar a longevidade. 
 
8 -

Pare de ficar obcecado

Esforce-se para manter o equilíbrio, não a perfeição. Dê ao seu corpo o que ele precisa para funcionar e participe de atividades que alimentem o corpo e a mente. Também passe menos tempo em seu computador, sofá ou smartphone e realize mais atividades ao ar livre.
 

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