quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Sob gritos de 'safado' e 'bandido', Caiado chama ministro Eduardo Braga para briga

por Agência Brasil em Jornalismo / Itatiaia - Atualizado
Foto: Gustavo Lima/Câmara dos Deputados
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) e o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, precisaram ser contidos por outros parlamentares durante intenso bate-boca nesta quinta-feira, em audiência pública na Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional. Sob gritos de "safado" e "bandido" de um para o outro, o senador chegou a chamar o ministro para "resolver a questão" fora do plenário onde ocorre a reunião no Senado.
Caiado fazia um questionamento sobre a renovação das concessões das distribuidoras e os planos de venda da Celg Distribuidora pela Eletrobras, quando chamou a atenção de Braga para que ele ouvisse a pergunta. Enquanto o ministro tentava dizer que estava ouvindo as palavras do senador e pedia desculpas por ter se virado de lado, Caiado levantou-se e foi em direção à mesa dizendo que estava sendo desrespeitado.
"Vossa Excelência deveria ficar calmo, está muito nervoso. Vossa Excelência está desequilibrado", disse Braga, enquanto Caiado o chamava de "bandido" e "safado". "Safado é Vossa Excelência, me respeite. Bandido é você", completou o ministro.
Caiado chegou a chamar Braga para a briga, dizendo que queria resolver o desentendimento fora da sala. O ministro não chegou a se levantar da cadeira enquanto o senador era contido pelos demais parlamentares.
Após a saída do senador goiano da sala, os demais senadores fizeram um desagravo e repudiaram a "atitude destemperada" de Caiado. O presidente da comissão, senador Fernando Bezerra (PSB-PE), afirmou que relatará as atitudes de Caiado à mesa diretora do Senado.
Medidas judiciais
Braga disse que "tomará as medidas judiciais cabíveis" contra Caiado. "Esse senador mal caráter agiu de forma intencional para agredir e denegrir sem nenhuma justificativa uma autoridade pública que veio ao Congresso cumprir seu papel institucional", declarou o ministro. "O senador Ronaldo Caiado teve uma reação completamente desproporcional", completou, olhando para o parlamentar, que retornou à sala da comissão.
O ministro explicou que o destempero de Caiado tem a ver com a privatização da Celg Distribuidora pela Eletrobras. Braga afirmou que a companhia tem prejuízo da ordem de R$ 1,1 bilhão por ano, além de um grande desequilíbrio financeiro de sua operação. O governo inclusive incluiu na Medida Provisória 677 uma medida para equalizar a dívida em dólares da companhia com a usina de Itaipu.
"A Celg está em um Estado emergente com grande interesse do capital privado em resolver os problemas de oferta de energia. Soube que o Caiado era contra a privatização da Celg e as medidas para sanear a empresa e liguei para ele. Para a minha surpresa, o senador me disse que essa era uma questão da política goiana e afirmou que iria marcar posição", relatou Braga.
O ministro defendeu a renovação das concessões de 42 distribuidoras de eletricidade, outro ponto que havia sido atacado pelo senador goiano em contraponto à venda da Celg. "A medida foi aprovada pelo pleno do Tribunal de Contas da União e os contratos só não foram assinados ainda porque estamos seguindo o rito normal", acrescentou.
No celular
Braga disse que estava olhando no celular o preço desta quinta do barril de petróleo para responder a uma pergunta dos parlamentares quando Caiado começou a agredi-lo de forma desrespeitosa. "Agora o senhor vai me ouvir. Talvez não seja tão corajoso como Vossa Excelência, mas tenho o costume de enfrentar os meus adversários. Não venha com suas bravatas, seus gritos e desrespeitos porque nunca te tratei dessa forma, mesmo quando Vossa Excelência liderava os movimento mais radicais de Direita no país", completou.
Após pedido de Braga, o presidente da Comissão, senador Fernando Bezerra (PSB-PE), afirmou que irá solicitar as notas taquigráficas e o vídeo da sessão para levá-los à Mesa Diretora do Senado. Mais cedo, Caiado chamou Braga de "safado" e "bandido" e, na sequência, chamou o ministro para "resolver a questão" fora do plenário onde ocorre a reunião no Senado.

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