segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Freiras se transformam em prostitutas para combater o tráfico de pessoas

  Um exército de irmãs religiosas foi transformado em um grande grupo de falsas prostitutas com objetivo de infiltrarem-se em bordéis para descobrir locais que realizam trabalho escravo e tráfico de crianças. No total, a organização já se se expandiu para 140 países, de acordo com um depoimento de seu presidente disse na quarta-feira (25).
John Studzinski, um banqueiro e filantropo, que preside a Talitha Kum, disse que uma rede de 1.100 irmãs opera atualmente em cerca de 80 países, mas a demanda por esforços para combater o tráfico e escravidão está subindo globalmente. O grupo, criado em 2004, estima que 1% da população do mundo é traficada em alguma forma, o que representa um total de 73 milhões de pessoas em números. Destes, 70% são mulheres e metade estão com 16 anos ou mais jovens.
"Eu não estou tentando ser sensacionalista, estou tentando sublinhar o fato de que este é um mundo que perdeu a inocência ... onde forças das trevas estão ativos", disse Studzinski.
"Estes são problemas causados pela pobreza e falta de igualdade, mas vão muito além disso", disse ele à Conferência de Confiança às Mulheres em entrevista à Reuters.
Detalhando alguns casos envolvendo tráfico e escravidão, Studzinski disse que o tratamento de algumas vítimas é horrível. Ele citou, por exemplo, prostituta escravizada que estava presa por uma semana sem comida e foi forçada a comer suas fezes, quando ela deixou de ter relações sexuais com a meta de 12 clientes por dia.
Studzinski disse que as irmãs religiosas trabalhando para combater o tráfico iria para todos os comprimentos para resgatar as mulheres, muitas vezes se vestir como prostitutas e sair na rua para integrar-se em bordéis.
"Essas irmãs não confiam em ninguém. Eles não confiam governos, eles não confiam em corporações, e eles não confiam na polícia local. Em alguns casos, elas não podem nem confiar no próprio clero masculino", disse ele, acrescentando que o grupo preferiu se concentrar em seu trabalho de resgate em vez da promoção.
"Eles trabalham em bordéis. Ninguém sabe que elas estão lá", completou.

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