sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Nova política econômica vem com fritura do ministro


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br


13/11/2015

Após a trégua política e aproximação com a oposição, o governo vem adotando uma “nova política econômica”, cuja primeira medida é a fritura lenta e gradual do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. A simples troca de nome já representaria mudança de conteúdo à medida que o plano de uma nota só de Joaquim Levy, resumido ao ajuste fiscal e sem um plano B, que desagradava ao PT, agora, incomoda o PMDB, o empresariado e, por conta dele, o PSDB.

Levy erra ao passar um ano inteiro pregando no deserto de boa vontade do Congresso Nacional, onde a maioria rejeita aumento de carga tributária (nova CPMF) e cortes de gastos (limitação e corte de benefícios previdenciários e trabalhistas). Perdeu o duelo com o Congresso Nacional e, como não conseguiu provar sua tese nem reequilibrar os gastos públicos, queimou seu patrimônio junto ao mercado.

Diante do anti-consenso no qual se transformou, a queda do ministro não deverá provocar mais instabilidade. O dólar e as bolsas já estão preparados para o solavanco e veem na mudança mais uma oportunidade de ajuste das contas públicas, com ingrediente para a retomada do crescimento.

À confiança do empresariado, soma-se a indicação de um nome que pudesse conquistar maior apoio político, como o de Henrique Meirelles, um ex-tucano que trocou o mandato parlamentar e uma trajetória promissora na oposição para reforçar o governo Lula. Ficou lá por oito anos (presidência do Banco Central) e só saiu, exatamente, porque não gozava da confiança da presidente Dilma Rousseff.

Ele é o nome preferido do ex-presidente Lula para o cargo e, por onde anda, fala na maior desenvoltura, e publicamente, que não recebeu nenhum “convite concreto”. Como economia é mais exata do que a política, não é conveniente à presidente deixar seu ministro ao abandono, perdendo totalmente a credibilidade. Se tiver que mudar, que o faça logo, porque a manutenção da situação atual causará mais instabilidade à abalada situação econômica do país.

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