domingo, 29 de novembro de 2015

O QUE É MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA - (Praticada em Países com tradição Islâmica)

 foto de EM PAUTA.
23 h
EM PAUTA

Falsamente chamada de “circuncisão feminina”, a mutilação genital feminina implica no procedimento cirúrgico em que os bordos interiores e exteriores da vulva são cortados e depois costurados em conjunto, para permitir apenas uma pequena abertura para a passagem da urina e de sangue menstrual.
Na maioria das vezes é praticada com lâminas, facas ou qualquer material improvisado e sem anestesia, implicando nos riscos de hemorragia fatal, cistos, infecções urinárias e vaginais, dor crônica, complicações obstétricas, entre outros.
A mutilação genital feminina é ilegal nos países ocidentais, traz enormes riscos à saúde e causa grande sofrimento à mulher. Mas é justificada por razões religiosas nos países de maioria muçulmana, e obrigatória para todas as meninas acima de 3 anos de idade.
ONDE ACONTECE
Sendo uma prática islâmica, a mutilação genital feminina se dá em países de maioria muçulmana: 27 países do Oriente Médio, África sub-saariana e nordeste africano, e em grande parte da Ásia.
O site do Female Genital Cutting Education and Networking Project oferece números assustadores. Por exemplo, em países considerados como "moderados”, como o Egito e a Indonésia, o percentual de mulheres mutiladas é de mais do que 90% !!!
Esta prática foi trazida para a Europa, Estados Unidos e América Latina, e está se alastrando junto com o aumento das populações islâmicas. Meninas são submetidas à mutilação da sua genitália a partir dos 3 anos. A idade varia com o tipo de ritual associado a costumes da vila ou região.
POR QUE ELA ACONTECE
A prática está enraizada na desigualdade entre os sexos, na tentativa de controlar a sexualidade das mulheres, e nos conceitos islâmicos de pureza, modéstia e estética feminina.
Geralmente é defendida e realizada por outras mulheres, que a vêem como uma fonte de honra e temem que a falta da circuncisão irá expor suas filhas e netas à exclusão social.
A remoção do clitóris retira o prazer da mulher, e o pequeno orifício vaginal restante provoca dor durante o ato sexual. O objetivo final é fazer com que o sexo seja algo sem qualquer atrativo para a mulher, facilitando deste modo a "preservação da honra do homem". Funciona como um cinto de castidade permanente.
COMO É REALIZADA
Comfort Momoh, uma parteira especialista na Inglaterra, descreve uma mutilação feminina:
As mulheres presentes, parentes e amigas ajudam a a segurar a menina na posição de litotomia . Uma profunda incisão é feita rapidamente em ambos os lados da raiz do clitóris, e um único corte de barbear excisa tanto o clitóris quanto os grandes e pequenos lábios. Algumas vezes se esfrega antes uma urtiga venenosa para fazer inchar os genitais da menina e facilitar a operação.
A hemorragia é abundante, mas normalmente é controlada por aplicação de vários cataplasmas. O costuramento da pele é feito com espinhos ou apertando a ferida entre as bordas de uma cana. É inserida um pedaço de galho entre as bordas da pele para assegurar uma abertura para o fluxo de urina e menstruação. As pernas da menina são então amarradas por 2 a 6 semanas, para ajudar na cicatrização .
CONSEQUÊNCIAS PARA A MULHER
Nas figuras mostradas, o clitóris e os pequenos lábios foram retirados, e os grandes lábios foram costurados, restando apenas uma pequena abertura no orifício vaginal, visualmente do tamanho do ânus, para a passagem de urina e sangue menstrual.
A uretra fica encoberta pela costura dos lábios maiores, e como não existe meios de realizar uma limpeza adequada, imagine-se as complicações para a saúde da mulher, como as infecções do trato urinário.
Após o casamento, é feita uma pequena abertura na vulva com uma faca, para permitir a penetração sexual. Por ocasião dos partos, ela é novamente aberta e novamente fechada depois.
Aqueles homens que conseguem penetrar suas esposas apesar da mutilação, o fazem muitas vezes, ou quase sempre, com a ajuda de uma "faquinha", que vai rasgando a carne gradualmente até fazer uma abertura suficiente para penetrar o pênis.
Essa forma de penetração pode durar alguns meses, e em algumas mulheres o tecido da cicatriz torna-se tão duro e cheio de formações quelóides que só pode ser cortado com uma tesoura cirúrgica muito forte, como é relatado por médicos que relacionam os casos em que eles quebraram bisturis na tentativa.
Isto sem falar no risco de vida que sofrem as meninas quando são operadas, já que a prática é geralmente realizada no quintal das casas ou nas mesquitas, com o uso de facas e giletes, e que resulta em infecções, choque, hemorragia, septicemia, tétano e transmissão de hepatite e HIV. As mortes raramente são relatadas, por isto não se tem registros de quantas meninas e mulheres morrem por este procedimento.
Para reduzir estes riscos, alguns países como o Egito tornaram ilegal a circuncisão feminina, a não ser quando praticada por médicos ou enfermeiras em hospitais.
Enquanto isso parece ser um modo mais humano de lidar com esta prática e reduzir os riscos de vida, mais tecido é retirado devido ao fato da criança não resistir por ação da anestesia. No final, a mulher é mutilada do mesmo jeito.
Para aquelas que sobrevivem, existem os efeitos de longo prazo, de natureza psicológica, sexual e fisiológica. Eles incluem frigidez sexual, genitália mal formada, atraso da primeira menstruação (menarca), complicações crônicas da pélvis, retenção e infecção urinária repetidas, e uma série inteira de complicações obstétricas onde o feto é exposto a uma gama de doenças infecciosas, bem como corre o risco de ter a cabeça esmagada pelo canal de parto defeituoso. Nestes casos, as mulheres são submetidas a nova operação, onde são novamente "abertas" para garantir a passagem do feto.
DIREITOS HUMANOS
A legislação em prol da mutilação da genitália feminina e a sua prática são uma afronta aos direitos humanos, tanto à Declaração Universal dos Direitos Humanos bem como à Declaração Universal dos Direitos das Crianças.
Mas o que está escrito nestes documentos internacionais não têm validade para os países islâmicos. Estes formam a Organização da Cooperação Islâmica (OIC), que em 1990 se reuniu no Cairo e por unanimidade aprovou a "Declaração dos Direitos Humanos do Islã", sujeita à Sharia (lei islâmica) como única fonte de referência, como está bem resumido em seus artigos finais:
Artigo 24:
“Todos os direitos e liberdades estipulados nesta Declaração estão sujeitos à Sharia.”
Artigo 25:
“A Sharia é a única fonte de referência para a explicação ou clarificação de qualquer um dos artigos desta Declaração.”
LEMBRE-SE
A MGF - Mutilação Genital Feminina (FGM em inglês: Female Genital Mutilation), acontece em nome da "Religião da Paz."
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