11/11/2015 08:47 - Atualizado em 11/11/2015 08:47
MARIA HELENA DIAS - Especial para Força do Campo
Adelson de Oliveira Epamig MG/divulgação
O processo inclui o batimento da polpa do abacate com aquecimento
Com a economia brasileira em crise, mudanças climáticas e o déficit
hídrico castigando quem depende da natureza para produzir, o melhor
mesmo é diversificar a produção, adequar o negócio e buscar novas
alternativas que possam garantir e ampliar renda. É exatamente o que
está fazendo o engenheiro agrônomo e produtor José Carlos Gonçalves, que
decidiu investir em óleo de abacate. Por enquanto, o produto está
disponível apenas para experimentação, mas a expectativa é que o óleo de
abacate chegue ao varejo em 2016 para disputar a prateleira com o
azeite de oliva. José Carlos Gonçalves tem 5 propriedades, sendo 4 delas
em Minas Gerais, localizadas nos municípios de São Sebastião do
Paraíso, São Tomás de Aquino e Ibiraci. A outra é em Cajuru, São Paulo.
Anualmente, ele colhe 10 mil toneladas de café e 3 mil toneladas de
abacates, o que lhe garante o posto de maior produtor de abacates do
país. A fruta é produzida de maneira consorciada com o café. “A
comercialização de abacates atende ao mercado brasileiro, indo de Porto
Alegre a Manaus. Eu vendo as variedades Breda e Margarida, de setembro a
dezembro, quando termina a colheita de café e é a entressafra do
abacate, quando o preço é melhor”, explica. No entanto, o produtor, que
planta abacates há 30 anos, precisava encontrar uma solução para os
frutos que não são comercializados. Foi então que passou a estudar sobre
a produção do óleo de abacate. “A implantação da indústria de óleo de
abacate é para o aproveitamento dos frutos que não vão para o mercado,
cada vez mais exigente em qualidade”. As frutas com deformação, manchas
escuras na casca ou amassadas, mesmo estando com a poupa saudável, não
têm valor comercial.
José Carlos Gonçalves, que pretende comercializar o produto em 2016,
diz que já adquiriu alguns equipamentos, inclusive um despolpador de
frutos, “todos de fabricação nacional”, para a extração do óleo a frio,
mas que ainda não tem ideia do custo total de produção, nem por quanto
seria comercializado o óleo de abacate. “Quanto ao investimento total, é
difícil calcular nessa fase, mas todos os investimentos estão sendo
realizados com recursos próprios”, garante.
Azeitona tropical
Para o produtor, investir na extração do óleo da “azeitona tropical” -
chamado assim por ele por considerar o óleo de abacate superior ao
extraído da oliva - é o caminho para alcançar o sucesso na
comercialização. No ano passado, em parceria com a Empresa de Pesquisa
Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), ele realizou a extração de 100
litros de óleo de abacate para testar o maquinário.
Atualmente, João Carlos Gonçalves financia diversos estudos. “Fizemos
uma produção experimental, utilizando equipamento de extração de óleo
de oliva. Esse produto está sendo distribuído para experimentação e
utilizado para estudos em universidades”, revelou.
“O mercado brasileiro tem espaço para o consumo na alimentação de óleo
de abacate de qualidade. Nos Estados Unidos é comum encontrar em
supermercados a venda de óleo de abacate, do qual o consumo vem
aumentando”, comenta João Carlos.
“A implantação da indústria de óleo de abacate é para o
aproveitamento dos frutos que não vão para o mercado, cada vez mais
exigente em qualidade”
Nenhum comentário:
Postar um comentário