Eugênio Moraes/Hoje em Dia
Primeira-dama de Minas se cala em depoimento à PF
Movimentação na Polícia Federal, na manhã de quarta-feira, onde era esperada Carolina Oliveira

A primeira-dama de Minas Gerais, Carolina Oliveira, e o ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, dois importantes personagens da Operação Acrônimo, conduzida pela Polícia Federal (PF), prestaram depoimento nesta semana.

Grávida de oito meses, Carolina Oliveira recebeu policiais federais na manhã dessa quarta, em um hospital de Belo Horizonte. Segundo apurou a coluna “Esplanada”, do portal de notícias Uol, a gravidez livrou a primeira-dama de uma condução coercitiva até a sede da PF.

Carolina não respondeu aos questionamentos, por orientação de seu advogado, Pierpaolo Bottini, que solicitou que a audiência fosse realizada em um hospital sob supervisão médica.

Bottini argumentou que ainda não leu todo o conteúdo do processo e, por isso, a primeira-dama ficou calada. “Ela vai prestar todos os esclarecimentos, mas primeiro é preciso ter acesso a todos os documentos. Já pedi ao delegado e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas não recebi”, garantiu.

Carolina Oliveira era esperada na superintendência da Polícia Federal em Belo Horizonte, no bairro Gutierrez, região Oeste da capital. Um carro oficial do governo, modelo Fiat Freemont, conduzido por um militar e utilizado para transportar a primeira-dama, esteve no local.

Às 8h45, o motorista parou o carro próximo ao portão da PF. Ao constatar a presença da imprensa, fez uma ligação e deu meia-volta. Dez minutos depois, o Fiat Freemont voltou à PF e permaneceu no estacionamento por quase duas horas. Às 10h45, ele foi embora. Pouco tempo depois, por telefone, Pierpaolo confirmou o depoimento da primeira-dama em um hospital.

Carolina é investigada por suposta participação em esquema de pagamento de vantagens indevidas em contratos entre o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a empresa dela, a Oli Comunicação.

Já Mauro Borges, atual presidente da Cemig, prestou depoimento na segunda ou terça-feira. O advogado dele, Marcelo Leonardo alegou que o processo segue em segredo de Justiça.

A investigação abrange o período de fevereiro a dezembro de 2014, quando Borges atuou como ministro, substituindo Fernando Pimentel, e não envolve a estatal mineira. Mauro Borges é investigado pela PF por supostamente ter favorecido a empresa automotiva Caoa no programa Inovar-Auto, que oferece benefícios fiscais ao setor. A Operação Acrônimo investiga lavagem de dinheiro, principalmente a partir de gráficas do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto (Bené), e possível uso em campanhas políticas, incluindo a de Pimentel.
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