quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Tortura policial é comum na China, afirma Anistia Internacional

12/11/2015 04h50 - Atualizado em 12/11/2015 08h34

São 1.321 denúncias de confissão sob tortura entre 2008 e 2015.
279 foram condenadas, no país, por ter 'torturar' suspeitos.

Da France Presse

A tortura de suspeitos por parte da polícia é uma prática comum na China, denuncia nesta quinta-feira (12) a Anistia Internacional, com base no depoimento de cerca de 40 advogados.
Segundo um relatório da ONG de defesa dos direitos humanos, suspeitos são socados, chutados, surrados com garrafas plásticas com água, privados de sono e acorrentados a cadeiras em posições dolorosas durante horas.
A Anistia afirma que a justiça chinesa recebeu ao menos 1.321 denúncias de confissão sob tortura entre 2008 e a primeira metade de 2015.
Durante o mesmo período, apenas 279 pessoas foram condenadas, em toda a China, por ter "arrancado confissão sob tortura", destaca a organização.
"Para a polícia (chinesa), conseguir confissões é a maneira mais fácil de obter uma condenação", comentou Patrick Poon, investigador da Anistia.
Resposta
A China assegurou que a extração de confissões através do uso de tortura no país é proibida e castigada pela lei, em resposta ao relatório da Anistia Internacional.
"A China é um país regido pela lei que proíbe a tortura, e que claramente persegue a prática das coerções forçadas nos interrogatórios", garantiu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Hong Lei, poucas horas depois de a AI divulgou seu relatório.
Hong acrescentou que "quando são encontrados casos de confissões obtidas através de coerção, seus responsáveis são tratados de acordo com a lei", e afirmou que o regime comunista vai continuar tentando melhorar a situação dos direitos humanos.
"Continuaremos melhorando nosso sistema de proteção oficial para que todo mundo seja tratado com justiça", destacou a fonte oficial.

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