Ricardo Galuppo
Ricardo Galuppo
rgaluppo@hojeemdia.com.br
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Em matéria de política e de economia, tudo o que se pode esperar de 2016 é mais do mesmo que se viu em 2015. A economia continuará patinando. O dólar seguirá embicado para o alto. As taxas de desemprego, também. O governo continuará tentando passar a impressão de que está no controle da situação. Os simpatizantes do governo e do PT seguirão dizendo que o recurso do impeachment (por mais previsto na Constituição que esteja) é golpe. A oposição continuará andando em círculos, sem saber se apoia a saída imediata da presidente Dilma Rousseff ou se concentra as fichas em 2018.
FORA DILMA, FICA DILMA
Esse será o cenário para o ano novo se o país não colocar a mão na consciência e se convencer de que seus problemas são muito mais sérios do que uma disputa entre o “Fora Dilma” e o “Fica Dilma”. Esse será o cenário se não houver a percepção de que a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados, por si só, não resolve coisíssima nenhuma — e que o próximo ocupante do cargo tende a se comportar mais ou menos como ele. Os problemas do país, enfim, são velhos e conhecidos. A pergunta, portanto, é: sendo assim, por que não são resolvidos?
ESTOCAR O VENTO
Encontrar a resposta para essa questão é mais difícil do que, digamos, estocar vento. Mas a cada dia se torna mais evidente que uma saída deve ser buscada — sob o risco de o Brasil recuar não ao período anterior à chegada de Lula ao poder. O retrocesso pode se dar em direção ao que o país era antes de 1984, quando a inflação corria todo o salário nos primeiros dias do mês.
Repetir essa lenga-lenga pode ser enfadonho. Mas é preciso urgentemente entender que a causa primária da inflação — o maior flagelo que pode pesar sobre o trabalhador — não está na ganância de empresários inescrupulosos e muito menos numa conspiração do capitalismo internacional contra o país.
A inflação decorre da mania do Estado brasileiro de gastar mais do que arrecada. Decorre da mania oficial de distribuir benefícios antes de saber se terá condição de pagá-los. Decorre da prática de que o país inteiro pode ser destruído em nome de uma vitória eleitoral. Decorre, enfim, da percepção de que, do jeito que está não dá para ficar. Simples assim. Se o brasileiro se convencer disso nos próximos doze meses, 2016 já terá valido a pena.
Feliz ano novo e que Deus nos proteja!
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