Mário Doti
Márcio Doti
mdoti@hojeemdia.com.br
Márcio Doti
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A TEIMOSIA INCONSEQUENTE
A luta pelo poder passa por cima de tudo, inclusive do bom senso. Contrariando o ministro, a presidente Dilma estabelece um superávit primário de meio por cento, podendo cair a zero se a situação assim exigir. Seria o caso de uma catástrofe ou de uma epidemia e, cá entre nós, seria o caso de mais crises políticas e mais apetite eleitoreiro de aliados. Neste caso, ainda que empurrando a economia para o abismo, vale até abrir mão desses R$30 bilhões. Sem aprender as lições, a luta inconsequente por eleitores é ilusória porque a cobrança acaba vindo. O que já se enxergava, contudo, é que um governo às voltas com crises moral, política e econômica não consegue pautar-se pelo que exigem as situações. E, sendo assim, ao atropelar causas e consequências, os rombos vão gerando inflação, que produz retração, que assusta o mercado, provoca desemprego, faz cair a arrecadação e afugenta investidores, o que é sempre mais grave.
Se com dinheiro o governo consegue alimentar o apetite por favores e apoiamentos, com economia fora de controle se afasta o capital externo e os investimentos internos, sendo certo que tudo isso produz efeito dominó, aumentando desemprego, subindo preços e com tudo isso ampliando a crise política. Já não é pouco perceber que a ação das instituições de estado, a Justiça, o Ministério Público e a Polícia têm se pautado pela busca da restauração com o combate sistemático dos atos ilícitos e nocivos ao patrimônio público. Não é possível perceber de que modo pretende o governo atravessar o temporal e atingir a calmaria, contrariando regras básicas da economia. Faltam coerência, lógica, bom senso e respeito.
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