Eduardo Costa
Eduardo Costa
ecosta@hojeemdia.com.br
Eduardo Costa
ecosta@hojeemdia.com.br
Não sou vidente, não tenho bola de cristal, não
frequento os gabinetes e corredores de Brasília e nem conhecedor dos
meandros da política. Mas, considerando que a toda hora há alguém me
perguntando no que vai dar a intenção de se retirar a presidente da
República do cargo, darei aqui algumas razões para justificar a minha
convicção de que não vai prosperar o pedido de gente séria como Helio
Bicudo e o desejo de espertalhões como Eduardo Cunha. Antes, sem
pretender aplacar as críticas que certamente receberei dos que pensam
diferente, aviso que estou no time dos 67% dos brasileiros que avaliam o
segundo governo Dilma Roussef como ruim ou péssimo.
A primeira coisa que precisamos lembrar é que ela foi
eleita por 54 milhões de brasileiros, portanto, tem legitimidade e, se
queremos abatê-la em pleno voo, temos de obedecer a lei. Faço minhas as
palavras de Mário Magalhães: “A Carta exige crime de responsabilidade
para expulsar um presidente do cargo. Foi o que aconteceu com Collor.
Inexiste prova ou indício de que Dilma seja ladra. Quem tem conta
secreta na Suíça é o deputado que deu sinal verde para o impeachment.
Com crime de responsabilidade, impeachment é legal. Sem, é golpe”. Podem
alegar que o país está um caos, que a economia desandou, o desemprego
dispara e o fundo do poço é logo ali... Ainda assim, para tirar a
presidente é preciso ter algo concreto. E, com o perdão dos que pensam
diferente, ainda não vi.
Duas coisas vão pesar no andar da carruagem e ambas
estão a favor de Dilma. A primeira é que essa comissão encarregada de
avaliar a conveniência ou não de seguir com o processo terá maioria
governista – como recomenda a história recente na política brasileira – e
dirá amém, claro que mediante boa recompensa na hora certa. A segunda é
que só há uma coisa que faz deputado e senador contrariarem os próprios
e os interesses partidários: é povo na rua. E não há indícios de que
haverá multidões gritando “Fora Dilma”, porque não há a maioria
esmagadora que havia contra Collor, por exemplo, e porque tucanos e
outros oposicionistas têm incompetência comprovada para a mobilização.
Ou alguém me dá um nome de opositor que se destacou em 2013? Ou mesmo,
agora, em abril, junho, setembro? Alguém que pegou a onda e se deu bem?
Sem povo nas ruas, sem prova inconteste de safadeza e
com a representação viciada que temos no Congresso Nacional o
impeachment não vai prosperar. Até porque, o mesmo instituto Data Folha
que constatou a baixa popularidade da presidente atesta que há mais
brasileiros querendo a cassação de Eduardo Cunha – o algoz de Dilma.
Nenhum comentário:
Postar um comentário