segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Não haverá impeachment de Dilma

Eduardo Costa
Eduardo Costa
ecosta@hojeemdia.com.br
  

07/12/2015

Não sou vidente, não tenho bola de cristal, não frequento os gabinetes e corredores de Brasília e nem conhecedor dos meandros da política. Mas, considerando que a toda hora há alguém me perguntando no que vai dar a intenção de se retirar a presidente da República do cargo, darei aqui algumas razões para justificar a minha convicção de que não vai prosperar o pedido de gente séria como Helio Bicudo e o desejo de espertalhões como Eduardo Cunha. Antes, sem pretender aplacar as críticas que certamente receberei dos que pensam diferente, aviso que estou no time dos 67% dos brasileiros que avaliam o segundo governo Dilma Roussef como ruim ou péssimo.
A primeira coisa que precisamos lembrar é que ela foi eleita por 54 milhões de brasileiros, portanto, tem legitimidade e, se queremos abatê-la em pleno voo, temos de obedecer a lei. Faço minhas as palavras de Mário Magalhães: “A Carta exige crime de responsabilidade para expulsar um presidente do cargo. Foi o que aconteceu com Collor. Inexiste prova ou indício de que Dilma seja ladra. Quem tem conta secreta na Suíça é o deputado que deu sinal verde para o impeachment. Com crime de responsabilidade, impeachment é legal. Sem, é golpe”. Podem alegar que o país está um caos, que a economia desandou, o desemprego dispara e o fundo do poço é logo ali... Ainda assim, para tirar a presidente é preciso ter algo concreto. E, com o perdão dos que pensam diferente, ainda não vi.
Duas coisas vão pesar no andar da carruagem e ambas estão a favor de Dilma. A primeira é que essa comissão encarregada de avaliar a conveniência ou não de seguir com o processo terá maioria governista – como recomenda a história recente na política brasileira – e dirá amém, claro que mediante boa recompensa na hora certa. A segunda é que só há uma coisa que faz deputado e senador contrariarem os próprios e os interesses partidários: é povo na rua. E não há indícios de que haverá multidões gritando “Fora Dilma”, porque não há a maioria esmagadora que havia contra Collor, por exemplo, e porque tucanos e outros oposicionistas têm incompetência comprovada para a mobilização. Ou alguém me dá um nome de opositor que se destacou em 2013? Ou mesmo, agora, em abril, junho, setembro? Alguém que pegou a onda e se deu bem?
Sem povo nas ruas, sem prova inconteste de safadeza e com a representação viciada que temos no Congresso Nacional o impeachment não vai prosperar. Até porque, o mesmo instituto Data Folha que constatou a baixa popularidade da presidente atesta que há mais brasileiros querendo a cassação de Eduardo Cunha – o algoz de Dilma.

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