Atacando seus críticos, em janeiro de 2013, Dilma disse isto em rede nacional de rádio e TV: “Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história”
O
Brasil vive um momento muito delicado. Ou melhor: vive um período muito
delicado. Os números desoladores da economia no terceiro trimestre — com
encolhimento de 1,7% em relação ao segundo e 4,5% no acumulado de 12
meses — forçaram os economistas e os analistas a ver o mundo como ele é.
A economia brasileira deve encolher quase 4% neste ano — boa parte
aposta em 3,8% —, e já se fala de uma recessão de 3,5% no ano que vem.
E, no
entanto, vejam lá a pantomima a que se assiste em Brasília; vejam a que
está reduzido o futuro do país. A máquina governista é mobilizada para
conseguir três votinhos do PT no Conselho de Ética com o objetivo de que
Eduardo Cunha arquive a denúncia contra a presidente.
A crise
tem muitos fatores, claro!, mas tem um nome: Dilma Rousseff. Um
presidente da Câmara que não estivesse empenhando, hoje, primeiro
em livrar a própria pele para só depois cuidar dos interesses do Brasil
já teria acolhido a denúncia, deixando para o Congresso — num primeiro
momento, a própria Câmara e, a depender da votação nesta, num segundo, o
Senado — a tarefa de decidir o futuro do país. Mas não! Cunha opera com
a mais reles reciprocidade: se o PT, por intermédio de seus três votos
no Conselho de Ética, não ameaçar o seu mandato, então ele não ameaça o
de Dilma.
Entendam:
vivemos sob a égide dessa troca mesquinha enquanto a economia do país
vai para o ralo, sugada, sim, por todos os erros e mistificações desses
13 anos de petismo, mas também por uma crise de confiança como raramente
se viu — ou como não se viu. A condução política do governo consegue
fazer inveja aos neófitos trogloditas da era Collor.
Notem: não
vai surgir uma estrela no céu indicando um caminho. Nenhuma força
superior vai se manifestar lá nas alturas para nos dar a resposta. Não
existe nenhum grande desajuste na economia internacional, prestes a se
corrigir, que vai, então, nos abrir uma janela. Ao contrário até: o
cenário é de relativa estabilidade. A economia mundial vai razoavelmente
bem; quem está mal é o Brasil.
Já se
escreveu o bastante como chegamos aqui. Conhecemos, os que acompanhamos o
noticiário no detalhe, todas as advertências que foram feitas,
alertando para a determinação com que o PT empurrava a economia para o
abismo — e os fatores já estavam dados nos anos ditos gloriosos de Lula.
Na primeira fase de Dilma, às imprudências do segundo mandato do
Babalorixá de Banânia, somaram-se uma notável arrogância e certo
messianismo visionário daquela que se queria a continuadora de um novo
modelo econômico.
Atenção,
meus caros! Há exatos três anos, em dezembro de 2012, o Instituto Lula e
a Fundação Jean-Jaurès, em Paris, realizaram na capital francesa o
“Fórum pelo Progresso Social – O Crescimento como Saída para a Crise”.
Dilma e o ex-presidente discursaram. Deram pito no mundo, com especial
recado para a Alemanha de Angela Merkel.
Transcrevo abaixo o trecho de um texto publicado no site do Instituto Lula. Tomem antes um Engov:
O modelo brasileiro de combate à crise, focado em estímulos ao crescimento e na manutenção do emprego, foi constantemente citado como um exemplo que pode ser transferido à realidade da crise européia. “Se alguém pode ensinar alguma coisa aos europeus sobre como lidar com crises e superá-las, este é o homem”, destacou o jornal alemão Frankfurter Rundschau, no dia 7 de dezembro. O jornal francês Le Figaro, destacou em manchete “Paris estende tapete vermelho para o Brasil” no dia 10. O espanhol El Mundo deu destaque também para as críticas que Lula fez à estrutura anacrônica de órgãos da ONU, como o Conselho de Segurança, que mantém uma composição fechada desde o fim Segunda Guerra Mundial, ignorando as mudanças geopolíticas que aconteceram desde então. “Hoje a ONU não está à altura do que o mundo necessita”, repetiu o jornal. A agência internacional Inter Press Service (IPS), tradicionalmente engajada em causas sociais, resumiu em uma manchete sua avaliação do fórum: “Modelo econômico do Brasil oferece raio de esperança”.
O modelo brasileiro de combate à crise, focado em estímulos ao crescimento e na manutenção do emprego, foi constantemente citado como um exemplo que pode ser transferido à realidade da crise européia. “Se alguém pode ensinar alguma coisa aos europeus sobre como lidar com crises e superá-las, este é o homem”, destacou o jornal alemão Frankfurter Rundschau, no dia 7 de dezembro. O jornal francês Le Figaro, destacou em manchete “Paris estende tapete vermelho para o Brasil” no dia 10. O espanhol El Mundo deu destaque também para as críticas que Lula fez à estrutura anacrônica de órgãos da ONU, como o Conselho de Segurança, que mantém uma composição fechada desde o fim Segunda Guerra Mundial, ignorando as mudanças geopolíticas que aconteceram desde então. “Hoje a ONU não está à altura do que o mundo necessita”, repetiu o jornal. A agência internacional Inter Press Service (IPS), tradicionalmente engajada em causas sociais, resumiu em uma manchete sua avaliação do fórum: “Modelo econômico do Brasil oferece raio de esperança”.
Um mês
depois, em janeiro de 2013, Dilma confirmou em rede nacional de rádio e
televisão a redução da tarifa de energia elétrica — uma das medidas que
ajudaram a quebrar o setor — e criticou os pessimistas.
A presidente respondeu assim a seus críticos:
“Aliás, neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda.
“Aliás, neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades. Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda.
Os
que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem
da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de
classe média. Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que
não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que
tentavam amedrontar nosso povo, entre outras coisas, com a queda do
emprego e a perda do poder de compra do salário. Os juros caíram como
nunca, o emprego aumentou, os brasileiros estão podendo e sabendo
consumir e poupar. Não faltou comida na mesa, nem trabalho. E nos
últimos dois anos, mais 19 milhões e 500 mil pessoas, brasileiros e
brasileiras, saíram da extrema pobreza.
O
Brasil está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões
alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que têm fé e
apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas,
estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. E a maioria
dos brasileiros sente e expressa esse sentimento. Vamos viver um tempo
ainda melhor, quando todos os brasileiros, sem exceção, trabalharem para
unir e construir. Jamais para desunir ou destruir. Porque somente
construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando
colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou
pessoais.”
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