segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

O governo permanece na berlinda...


 Domingo, 13/12/2015, às 18:57, por Cristiana Lôbo - G1

Com certeza, não foi um recorde de povo nas ruas, mas houve público significativo em várias cidades, como São Paulo e Brasília, em defesa do impeachment da presidente Dilma, sobretudo se levarmos em conta que estamos em meados de dezembro, época em que muita gente já está pensando nas festas de Natal, nas viagens de férias ou no risco maior de perder o emprego.
Organizadores dos protestos deste domingo, dia 13, dizem que este foi apenas um "esquenta" para novas manifestações que virão, com muito mais gente nas ruas do país. Para alguns, não houve tempo para mobilização como em manifestações anteriores e, mesmo assim, muitos foram às ruas com sol quente ou ameaça de chuva.
A esta altura, os organizadores das manifestações devem estar se perguntando a razão de terem atraído menos gente aos protestos, o primeiro depois de acolhido o pedido de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma: terá sido porque muitos não querem estar claramente no mesmo barco de Eduardo Cunha, hoje quem aparece como o líder do impeachment de Dilma; ou porque tem muita gente mais interessada em cuidar dos preparativos para as festas de Natal; ou será que o assunto cansou?
Já o governo precisa se preocupar, sim, com as manifestações de rua, ainda que neste domingo não tenham mobilizado mais gente do que nas anteriores. É claro que, se os protestos tivessem parado o domingo em muitas capitais e cidades a situação do governo estaria bem pior. Mas, é verdade que o governo não conseguiu se livrar deste assunto. Estamos chegando ao fim do primeiro ano de mandato, da mesma forma como começamos: com convocações para novas manifestações pelo afastamento da presidente Dilma.
Sem apoio popular, o governo está apostando no Supremo Tribunal Federal, que nesta quarta deve decidir sobre o rito do processo de impeachment. O governo quer zerar os trabalhos da comissão especial, começando por votação aberta para a escolha dos integrantes; e que o STF determine que o afastamento da presidente do cargo se dê somente depois de referendado pelo Senado. É lá que o governo quer fazer seu porto seguro.

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