sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Pimentel gastou à vontade


Márcio Doti
Márcio Doti
mdoti@hojeemdia.com.br
  

04/12/2015

Enquanto sua amiga presidente Dilma luta para se desvencilhar de um pedido de impeachment, o governador Pimentel amarga mais uma frente em que aparece perante a Justiça pela prática de atos ilegais. Agora, sua preocupação é um conjunto de documentos apreendidos pela Polícia Federal na Operação Acrônimo e será incorporado como prova na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que pode acabar em cassação do diploma do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), por abuso de poder econômico. Como já foi dito, a ação movida pelo Ministério Público Eleitoral foi aberta porque Pimentel extrapolou em mais de R$10 milhões o limite de gastos na campanha do ano passado. Os documentos encontrados pela Polícia Federal indicam que houve subfaturamento de despesas com gráficas a serviço de Pimentel – ou seja, há evidências de que as despesas do petista foram ainda maiores. Nada assustador em se tratando de alguém que se identifica com a mesma estrela não mais brilhante como já foi outrora, aos olhos do grande público.

O relator da ação no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), desembargador Domingos Coelho, autorizou, na última segunda-feira, que notas fiscais de despesas da campanha de Pimentel apreendidas na Acrônimo sejam compartilhadas com o processo eleitoral em Belo Horizonte. As provas fazem parte do inquérito da Polícia Federal, em Brasília, que apura falsidade ideológica para fins eleitorais – crime com pena de até cinco anos de reclusão.

Zelotes Poupa Pimentel

É tido como incógnita o destino de Pimentel depois que 16 pessoas apanhadas pela Operação Zelotes da Polícia Federal foram denunciadas, pelo Ministério Público Federal, por envolvimento nos casos de venda de medidas provisórias que criam situações fiscais privilegiadas para empresas. Recentemente, veio a público uma história contada em detalhes, envolvendo mensagens trocadas entre Benedito Oliveira, amigo do governador Fernando Pimentel, e seu substituto no Ministério de Desenvolvimento, Mauro Borges, e ainda, o presidente da Caoa, Antônio dos Santos Maciel Neto. Tratavam da assinatura de ato que beneficiaria a indústria com favores fiscais em programa gerenciado pelo ministério, desde o tempo em que era chefiado pelo atual governador de Minas Gerais.

As mensagens mostram em detalhes a intermediação de Benedito de Oliveira diante do pedido do empresário, os contatos com Mauro Borges até que desse partisse mensagem comunicando que o ato havia sido assinado. Sabe-se que duas pessoas implicadas pela Zelotes, mas que tiveram os nomes preservados, são ocupantes de cargos que garantem foro privilegiado. Pimentel e seu sucessor assinaram atos favorecendo a Caoa com incentivos fiscais para a importação de veículos da Hyundai. Por enquanto, ele vem sendo poupado por quem deve fazer a sua denúncia com base em todos os fatos já levantados pelas operações Zelotes e Acrônimo e até divulgados pela mídia nacional. Levantamentos da polícia mostram que próximo dos contatos e dos atos beneficiando a montadora, as empresas de Benedito Oliveira receberam da Caoa R$ 2,21 milhões conforme publicação da Revista “Época”.

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