quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Polícia Federal realiza nova fase da Operação Acrônimo em SP e no DF

16/12/2015 09h00 - Atualizado em 16/12/2015 10h03

Operação investiga irregularidades em contratos com o governo federal.
Ministro do STJ determinou sigilo sobre ação desta quarta-feira.

Camila BomfimDa TV Globo, em Brasília
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (16) a 4ª fase da Operação Acrônimo, que apura suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de sobrepreço e inexecução de contratos com o governo federal desde 2005. Há suspeita de que os recursos desviados no esquema alimentavam campanhas eleitorais, entre elas a do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).
A operação desta quarta ocorre em São Paulo e no Distrito Federal e corre sob sigilo por determinação do ministro Herman Benjamin, do Superior Tribunal de Justiça. A Polícia Federal informou que não se manifestará sobre o caso "em cumprimento à decisão judicial que veda qualquer divulgação pelo período de 24 horas".
Segundo o Blog do Matheus Leitão, esta fase da operação mobilizou 35 policiais federais. Um dos mandados foi cumprido no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
Ainda de acordo com o Blog, o endereço no Lago Sul é ligado ao empresário Elon Gomes, investigado na operação por pagamentos realizados a Benedito de Oliveira Neto, conhecido como Bené, dono de uma gráfica que prestou serviço para a campanha de Pimentel ao governo mineiro e apontado pela PF como operador do governador.
Acrônimo
Em maio de 2015, quando deu início à Operação Acrônimo, a PF buscava a origem de mais de R$ 110 mil encontrados em um avião no aeroporto de Brasília, em outubro do ano passado. A aeronave transportava Bené.
Bené foi preso, mas liberado após pagar fiança. Também na 1ª fase da Acrônimo, a PF fez buscas no apartamento da mulher de Pimentel, a jornalista Carolina de Oliveira, em Brasília. Na época, o governador classificou a ação como um "equívoco".
"Ocorre que o mandado de busca e apreensão foi expedido com base numa alegação, numa definição inverídica, absolutamente inverídica”, disse o governador na ocasião. Dois dias depois, o advogado de Carolina de Oliveira, Pierpaolo Bottini, entregou à Justiça Federal em Brasília documentos que comprovariam a inocência da primeira-dama mineira.
A segunda etapa da operação cumpriu mandados de busca e apreensão em Brasília, Belo Horizonte, Uberlândia, Rio de Janeiro e São Paulo em junho de 2015. Em Belo Horizonte, os agentes apreenderam material em um escritório onde funcionou o comitê campanha de Pimentel em 2014, no bairro da Serra. Em Brasília, um dos mandados foi cumprido em uma agência de publicidade. À época, a assessoria de imprensa do governo de Minas Gerais disse que as ações da PF foram "abusivas".
Na terceira etapa da Acrônimo, deflagrada em outubro, policiais federais cumpriram 40 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, em São Paulo e no Distrito Federal.
À época, foi cumprido mandado na casa do diretor-presidente da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), Mauro Borges, ex-ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com atuação entre fevereiro e dezembro de 2014, quando assumiu o cargo deixado por Pimentel.

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