terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Será que o carro a diesel vem aí?

Boris Feldman
Boris Feldman
boris@hojeemdia.com.br


22/12/2015

Divulgação
Brasileiro que vai à Europa e aluga um automóvel sabe das vantagens do carro diesel, mais eficiente que os movidos a gasolina ou etanol. Fica impressionado com seu comportamento, que desfaz aquela antiga imagem do carro fumacento, barulhento e (diziam) que trepidava tanto que até caíam as restaurações dos dentes....
A pergunta que mais se faz no Brasil é “Por que não temos o carro diesel?” e “Por que produzimos e exportamos motores e automóveis diesel para tantos países, até para nossos vizinhos na América do Sul, mas somos proibidos de utilizá-los?”
A resposta é simples: a miopia do governo brasileiro tornou nosso país o único no mundo a proibir automóveis a diesel. Decisão típica de um governo ditatorial, tomada na década de 70, motivada pelos problemas da matriz energética à época: sobrava gasolina e faltava diesel, importado à custa de muitos dólares, que também faltavam.
Questionado, o governo não explica por que manter esta proibição até hoje e deve achar que o Brasil é o único país certo do mundo. E mantem o diesel pagando menos impostos para baratear o custo do transporte de cargas e passageiros. Por isso, ele só pode abastecer caminhões e ônibus e continua proibido para os automóveis. Técnicos ignorantes do governo ainda tentam, quando interpelados, explicar que “o motor diesel polui muito, por isso é proibido nos automóveis”.
Foi criada em 2013 a “Aprove Diesel”, uma comissão constituída de representantes de diversos setores da sociedade, principalmente o dos automóveis, para tentar derrubar esta proibição sem pé nem cabeça. E parece estar soprando ventos mais sábios e ponderados em Brasília. A Aprove Diesel se fez representar recentemente em uma audiência pública, na Câmara dos Deputados, para discutir o tema. Entre os participantes, até a ANFAVEA (associação dos fabricantes de automóveis) que, no passado, foi contra, revê hoje sua posição. Há argumentos pró e contra o diesel em todo o mundo. Até mesmo na Europa, onde as vendas de automóveis zero se dividem meio a meio entre gasolina e diesel, este percentual começa a pender favoravelmente para a gasolina. Mas nada justifica a proibição do diesel. Uma decisão que não pode caber ao governo, mas ao mercado.

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