domingo, 27 de dezembro de 2015

Um ministério de marketeiros

Márcio Doti
Márcio Doti
mdoti@hojeemdia.com.br
  
27/12/2015

Enquanto a população brasileira vive Natal e Ano Novo com as limitações impostas pela crise econômica, a presidente Dilma segue seus preparativos para enfrentar as graves ameaças que vão chegar junto com o ano eleitoral. Pelos recados passados ao novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e pelo que estão demonstrando os outros ministros, a intenção é transformar a equipe num ministério de marqueteiros.
Cada um levanta todas as bolas possíveis para o chute a gol e esse senso de oportunismo na área tem o objetivo de impressionar o cidadão eleitor. A meta é reverter a imagem negativa, a péssima posição nas pesquisas, que nem a força de uma mídia amistosa conseguiu mudar.
Esforço não tem faltado: uma pequena melhora nos índices de avaliação foi transformada num feito muito positivo do tipo “Dilma sobe nas pesquisas”. Junte-se a isso a propaganda oficial e o pleno aproveitamento das aparições públicas, quando os espaços deveriam ser aproveitados para prestar contas e estão sendo preenchidos com argumentos contra impeachment e minimização do mau desempenho.

Mentiras
Haverá tempo para repetir expedientes muito utilizados desde o período das campanhas de 2014, quando além das mentiras muito se falou de ações que nem de longe compensaram omissões e operações desastrosas como as que buscaram mascarar a situação do setor elétrico, depois jogada para os bolsos da população brasileira em proporção elevada e de longo prazo, tanto assim que até hoje são sentidas nas contas domésticas.
Até fevereiro, os ouvidos dos cidadãos brasileiros serão atormentados por essas investidas de marketing ao lado de ações cujo objetivo é a mudança da imagem enquanto a política manobra em gabinetes que não vão tirar férias. O relator das contas da presidente Dilma já adiantou que seu parecer é pela aprovação das contas “com ressalvas”. O julgamento será em março, quando o relatório será votado na Comissão Mista do Orçamento e depois pelo plenário do Congresso Nacional.
Confrontação
Mas a busca dessa aprovação é uma confrontação absurda com a decisão unânime do Tribunal de Contas da União, que recomendou ao Congresso a rejeição das contas da presidente Dilma. Mesmo sem ter força de decisão, mas apenas de aconselhamento, há de se convir que a alta corte das contas é um plenário técnico que não chega a essas conclusões do nada.
E também está dito que os erros praticados pela presidente na administração das contas do governo em 2014, ano eleitoral, foram exatamente três. Em resumo, gastou mais, muito mais do que podia e sem autorização do Congresso, indiretamente tomou dinheiro emprestado aos bancos oficiais, o que é proibido, e por último, não registrou esse passivo ilegal na dívida pública. Haja marketing!

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