domingo, 3 de janeiro de 2016

2016 começa como findou 2015: sem respostas à crise

Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br


03/01/2016

Longe de ser pessimista, muito menos influenciado pela oposição ou clima natalino, 2016 começou sem as respostas aos graves problemas do ano passado. O simples e gregoriano encerramento de um período não elimina, como num estalar de dedos, os inúmeros problemas políticos, econômicos, gerenciais e éticos que o marcaram e que todos dizem querer esquecer. Ora, não é racionalmente possível chegar ao presente dia de hoje sem considerar a experiência e as influências do passado recente.

O ano é outro, mas os problemas são os mesmos: o governo Dilma Rousseff (fraco) e o Congresso Nacional (descontrolado e irresponsável) são os mesmos; a economia continua no chão, cavando buracos, e a política, sem rumo e lideranças. Antes de chegar às soluções a essas e outras dificuldades, é necessário apresentar as respostas do fracasso de 2015 e daqueles que detinham o poder e a responsabilidade sobre os destinos do país.

As perguntas também são as mesmas. O governo vai, afinal, um ano depois de eleito, assumir o protagonismo que dele é esperado e cobrado em um sistema presidencialista? Fará jus à fé de 54, 5 milhões de brasileiros que confiaram em suas promessas eleitorais ou continuará refém e paralisado por um pedido de impeachment falso e sem materialidade jurídica ou legal? O processo de impeachment voltará com força? O vice-presidente, Michel Temer e o partido que preside, o PMDB, voltarão, e em quais condições, a ser aliados? A Câmara dos Deputados continuará a ser presidida por um indecoroso deputado federal acusado de corrupção e que pretende forçar um processo de impeachment? O PT, partido do governo, conseguirá esclarecer as graves acusações de corrupção? E a principal delas, a inflação vai cair e a economia voltará a crescer?

A falta de respostas a essas questões deixa o ano novo com cara de passado e com o futuro ameaçado. Acreditar que tudo vai melhorar pelos intensos votos manifestados no final do ano que findou é voltar no tempo e acreditar em Papai Noel. O bom velhinho é uma bela metáfora que embala os corações de pequenos e adultos pela renovação de uma realidade que não tem a mesma fé. O país cresceu, está maduro politicamente e economicamente adulto. Não pode nem acreditar em fantasias nem esperar os feriados do Carnaval e da Semana Santa. Deve começar logo a fazer sua parte e ser protagonista de si mesmo.

No mato sem cachorro

A partir do próximo dia 6, os institutos de pesquisas poderão voltar a praticar o esporte de sua preferência, divulgando números de pesquisas sobre as eleições municipais deste ano. De acordo com a lei, desde o dia 1º, pesquisas podem ser registradas e publicizadas cinco dias depois. O caso de Belo Horizonte, porém, deixará os institutos no mato sem cachorro. As empresas podem até antecipar o nome de um eleito, mas nunca dos candidatos.

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