sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Antes de reforma, resgatar a confiança deve ser prioridade


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
  

08/01/2016

Em vez de falar em reformas que mexam em vespeiros como o das aposentadorias, a presidente Dilma Rousseff (PT) faria melhor se investisse na recuperação da confiança e da credibilidade de seu governo na economia, na política e junto à população. Desprovido desse patrimônio, governo qualquer vai a lugar algum sem o apoio popular e político, exatamente o que falta ao atual, para convencer o país de que medidas arrojadas, com cara de pacote, sejam a solução que todos esperam.
A credibilidade do governo reeleito foi quebrada no primeiro ano pelo contraponto entre o que foi prometido na campanha eleitoral de 2014 e o que foi executado em 2015. Menos de um ano depois de ser reconduzido, o governo não sustentou a maioria, ainda que simples. Ao contrário, hoje, outra maioria, mais expressiva, o rejeita. Dos 513 deputados federais, ninguém pode afirmar com segurança, quantos o apoiam, mas sua articulação política se descabela pelo básico de 172 votos para evitar o pior (impeachment).
Diante disso, no lugar de mudanças estruturais, espera-se da presidente Dilma, nessa trégua política do recesso parlamentar, o simples dever de casa, que, de um lado, é transmitir tranquilidade e segurança ao mundo empresarial (produção) para que ele volte a investir e ao dos trabalhadores de que terão emprego e poderão consumir; de outro, reagrupar sua base política mínima para que seu governo não fique refém de aventureiros ou de oposição oportunista.
Antes de qualquer proposta, ou novo programa de gestão, o governo tem que, no plano político, contar com mais votos suficientes para sepultar o fantasma do impeachment, que, segundo o ex-presidente Lula, é uma espécie de morto-vivo e, se esse dever de casa não for bem feito, pode ficar mais vivo do que morto. Há mais efeitos em medidas que não são de iniciativa do governo para que a economia volte a andar na direção do crescimento. Sozinho, com pacotes ou reformas, o governo nada pode.
A partir desses fundamentos, aí sim, poderá encarar reforma da Previdência, trabalhista e, quem sabe, a política, para alterar um sistema que incentiva o corrompimento de posturas e práticas para se chegar ao poder e nele se manter. Nos planos econômico e fiscal, propostas de criação ou recriação de impostos, como a CPMF, também estão condicionadas a essas premissas. Em suma, para chegar ao governo, um partido e aliados precisam de apoio político e popular; para nele se manter, com governabilidade, também são exigidos os mesmos quesitos.

PT tende aumentar a pressão
Além de se opor a reformas que mexam em direitos adquiridos, a direção do PT tende a se estressar com o governo por conta de sua política econômica, que gostaria de vê-la mais à esquerda. À medida que se aproximam as eleições deste ano, a pressão aumentará para melhorar a imagem do partido junto ao eleitorado insatisfeito.

Gestão da comunicação
O governo mineiro tem, desde o dia 23 de dezembro, o instrumento que lhe faltava para dialogar com a sociedade e prestar contas do que tem feito, a partir do lançamento do edital de publicidade de quase R$ 100 milhões. Tão importante quanto o investimento será sua gestão. 

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