sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Banguela: nem no carro manual, nem no automático

Boris Feldman
Boris Feldman
boris@hojeemdia.com.br


08/01/2016

DivulgaçãoBanguela: nem no carro manual, nem no automático
Leitor da coluna diz ter automóvel com câmbio automático e que, nas longas descidas, joga a alavanca de mudança no “N” (neutro, ponto morto), pois alguém soprou que assim se economiza combustível. Pergunta se tem algum problema. “Algum” não, tem vários....
Primeiro: colocar em Neutro não economiza combustível nenhum, antes pelo contrário. Na época do carburador, a dica era correta. Hoje, com a injeção eletrônica, se o câmbio estiver em “N”, é preciso alimentar o motor com combustível para ele permanecer em marcha lenta. Se o câmbio estiver engatado (“D”) com o carro na descida, as rodas giram e seu movimento chega – pela transmissão – até o motor que continua então funcionando mesmo sem combustível. Pois o sistema eletrônico “percebe” que ele está girando e corta a injeção. Se o carro tem computador de bordo que indica o consumo momentâneo, vale a pena comparar os dois valores, do carro descendo desengrenado (“N”) ou com a marcha engatada: o consumo é menor na segunda hipótese.
Em segundo lugar, não é seguro descer em ponto morto pois, se por um motivo qualquer o motorista precisar acelerar, a caixa está desengatada.
Terceiro: descer em “N” força o sistema de freios desnecessariamente, pois o motorista está desprezando a possibilidade de o próprio motor reduzir a velocidade.
Finalmente, se o carro está rodando, como a caixa de marchas está acoplada a ele, ela também está em operação. Mas, como o motor está desacoplado, ele está em marcha lenta o que pode provocar uma deficiência na lubrificação do câmbio automático.
Em resumo, tanto faz o carro ter câmbio manual ou automático: numa longa e íngreme descida de estrada não se deve jogar “N”, ou ponto morto. É a famosa “banguela” que não economiza combustível, aumenta o consumo e coloca em risco a segurança.

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