Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
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Dois movimentos importantes da presidente a fortalecem contra o futuro processo de impeachment na Câmara dos Deputados; na verdade, são ações que impedem que ele se torne um processo.
O primeiro e mais importantes dele foi a garantia de reeleição do deputado carioca Leonardo Picciani como líder do PMDB na Câmara dos Deputados, com o anúncio de desistência do concorrente, o mineiro Leonardo Quintão. Este ainda saiu a dizer que retiraria a candidatura em apoio ao governista Picciani por orientação do vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, que, em seguida, contestou a informação.
Não fosse isso seria uma dupla capitulação do partido, que estava se achando para 2018 e que, por um desses caprichos do destino, poderia assumir antes a cereja do bolo. Pelo jeito, desistiu de tudo para conservar o que lhe foi dado.
Não passou de uma mosca azul apenas a constatar a fraqueza de um partido que foi talhado somente para ficar à sombra do poder, nunca dá-la a outro. O PMDB troca uma boa briga por uma composição. A maior fraqueza do partido está em não querer correr riscos, optando por ficar com um passarinho na mão enquanto observa os que voam. Basta compreendê-lo e suas tradicionais divisões para usá-lo a seu favor e governar em paz.
Com a reeleição de Picciani à liderança do PMDB, no mês que vem, ele poderá indicar os 10 peemedebistas que integrarão a Comissão Especial do Impeachment de 36 parlamentares. O objetivo do Palácio do Planalto é enterrar o pedido antes que ele vire processo.
PDT é o primeiro a aderir
Outro lance favorável à presidente foi a convenção do PDT, que, ao contrário de outros aliados, deixou o campo do fogo amigo para engrossar o coro do “não vai ter golpe”. Foi o primeiro dos governistas a declarar unidade em torno e a favor do governo. Junto a tudo isso, Dilma está acenando à oposição para discutir uma agenda mínima de consenso. É claro que não dará certo, mas o jogo político é jogado, e o governo não precisa continuar fazendo o da oposição.
Tudo somado, o governo está fazendo o que, sem razão, não fazia, permitindo que a instabilidade política tomasse conta e turvasse a visão da realidade e seu diagnóstico. Numa linguagem futebolística, é como colocar a bola no chão e dar tratos à pelota, convicto de que o adversário não é o rival político da campanha eleitoral, mas a realidade, especialmente a econômica, de quem ganhou a responsabilidade de mudá-la pra melhor.
Ecos de 2015 ainda fazem agenda
Nada a comemorar se ainda não há resultados e se a agenda de 2016 continua sendo eco do ano passado, resumindo-se à derrubada do pedido de impeachment e implantação do ajuste fiscal. Esses dois projetos anularam 2015, sobreviveram e ainda estão aí a desafiar a capacidade do governo
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