Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
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Num claro sintoma do que vem por aí, o governo mineiro começa o ano com
indicadores negativos na área econômica e administrativa. Junto do
desligamento dos cerca de 60 mil servidores da Lei 100 (da Educação
pública), o Estado acumulou outros dois desgastes em um só dia: a
confirmação do atraso em cinco dias após o quinto dia útil deste mês,
conforme antecipado nesta coluna no último dia 30 de dezembro, e o
pedido de demissão do presidente da Cemig, a maior empresa pública
mineira, Mauro Borges. Tudo somado, o saldo é um balde de água fria
naqueles votos de “próspero ano novo” que, certamente, envolveram o
Palácio da Liberdade e a Cidade Administrativa nos últimos dias.
Desde o dia 1º, o governo conta com aumento de imposto de quase 200
produtos, pagamento do IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos
Automotores), mas a realidade tem sido mais dura do que o planejado.
Esperava-se o agravamento a partir de abril, para quando o escalonamento
de salários estava sendo planejado. Diante disso, estão todos
perguntando, agora, se o governador Fernando Pimentel (PT) terá
condições de cumprir a nova lei, aprovado em sua gestão, e pagar o novo
piso salarial nacional do professorado a partir deste mês.
Sinuca de bico
Dificilmente, o governador aceitará o pedido de demissão de Mauro
Borges da maior empresa do Estado, que, numa visão modesta, vale mais do
que seis secretarias estaduais juntas. A estatal possui hoje mais de
200 empresas espalhadas por Minas, pelo país (Rio, Ceará, São Paulo e
Bahia) e pelo mundo (Chile), mais de 12 mil empregados e 14 milhões de
consumidores, dos quais a metade em Minas.
Pelo perfil do cargo e de sua importância para o governo e para
governar (antecipa dividendos e créditos tributários milionários),
Pimentel não abrirá mão de ter ali um amigo em potencial como Borges e
um quadro qualificado que não encontrará entre os aliados. Não há
confirmação da saída nem dos motivos, mas a suspeita de envolvimento com
a operação Acrônimo, conduzida pela Polícia Federal, que investiga
desvios e caixa 2 eleitoral, enfraqueceu gravemente o presidente em
exercício, além de deixá-lo abatido e insatisfeito.
Na última semana do ano, os ruídos estavam fortes, depois refluíram,
mas nessa segunda a notícia se espalhou pelo mercado. O momento não
poderia ser pior para a estatal, quando três de suas usinas (Jaguara,
Madeira e São Simão) correm sérios riscos de perda de concessão.
AMMP reclama de atraso salarial
A primeira queixa contra o atraso no pagamento de salários no Estado
veio da Associação Mineira do Ministério Público (AMMP). Empossado nessa
segunda, pela terceira vez, como presidente da Associação, o promotor
José Silvério Perdigão abriu a gestão reivindicando melhor tratamento do
governo do Estado para com a classe, que, pela primeira vez nos últimos
anos, receberá os vencimentos com alguns dias de atraso nesta
sexta-feira (8), quinto dia útil do mês.
Apelou até mesmo ao procurador-geral de Justiça, Carlos Bittencourt,
que não estava presente. A maioria dos servidores públicos do Executivo
receberá no dia 13, cinco dias depois do quinto dia útil, sob o
argumento de déficit no caixa em função da baixa arrecadação.
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