quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Funcionalismo do Estado de Minas Gerais volta a viver drama


Márcio Doti
Márcio Doti
mdoti@hojeemdia.com.br


07/01/2016

Pimentel não sabe como pagar o salário do funcionalismo mineiro nos próximos três meses. Esta é a situação a que chegou o Estado que é o terceiro do país em economia. Pagamentos de janeiro deveriam sair até nesta sexta, mas, inicialmente, estão previstos para o dia 13. O governo Pimentel afirma que a culpa é da forte redução da arrecadação de ICMS. Isto faz lembrar tempos anteriores ao governo Aécio Neves. O funcionalismo recebia praticamente com um mês de atraso, numa escala que começava por volta do dia 20 e ia até o final do mês. O 13º salário chegou a ser pago em parcelas no ano seguinte ao que deveria ocorrer o pagamento. O funcionalismo passava o final do ano sem saber se contaria ou não com o benefício a tempo das despesas de Natal e, não raras vezes, ficava sem ele até mesmo para as despesas de janeiro. Com o início do governo Aécio Neves, na sequência, Anastasia e Alberto Pinto Coelho, o pagamento era feito no quinto dia útil do mês para todos os servidores. O 13º era pago sempre antes do Natal, mesmo com 
 
o Estado enfrentando dificuldades. Aécio governou com oposição no governo federal todo o tempo. Os contingenciamentos de verbas federais aconteceram muitas vezes obrigando o governo mineiro a se desdobrar para cumprir seus compromissos sem contar com os recursos federais. Não se viu nenhuma vez o salário do funcionalismo ser atrasado e muito menos se alegar as dificuldades financeiras para cumprir a rotina do pagamento mensal durante 12 anos. 
 
Alguém dirá que a realidade era outra, o que é verdade. Aécio encontrou o Estado vivendo um déficit orçamentário de R$ 2,4 bilhões, um grande atraso no pagamento a fornecedores e a escala de pagamento do funcionalismo que se arrastava mês afora. Além de eliminar o déficit orçamentário, colocou em dia o pagamento do funcionalismo e fornecedores. Mesmo se queixando do tratamento dispensado ao repasse de recursos para o Estado, Aécio reestruturou todo o sistema de segurança pública, construiu novo modelo de delegacias, tirou da Polícia a guarda de presos, criou setor especial para exercer a guarda carcerária e equipou as polícias. As mesmas que hoje se organizam para lutar contra os atrasos nos pagamentos de salários. E precisou enfrentar uma oposição diminuta, mas ruidosa e hoje governo quando criou uma taxa de incêndio para com ela aparelhar o Corpo de Bombeiros, cujos equipamentos estavam obsoletos e em péssimas condições de uso. 
 
Também é verdade que o início do governo Aécio e do governo Lula se deu em outro ambiente econômico, o país vivia a tranquilidade do Plano Real, não havia inflação, desemprego e carestia. Tudo o que veio depois com a falta de limites de gastos dos governos Lula e Dilma. E uma crise irrompeu a partir do segundo governo Lula e nem assim Minas se desviou de seu equilíbrio financeiro na hora de cumprir o compromisso de pagar o funcionalismo estadual. Foi tudo um mar de rosas? Não. O governador Anastasia governou com pouco dinheiro, o governador Alberto Pinto Coelho teve que ouvir queixa contundente de empreiteiros, mas tudo ficou muito distante do que já começa a acontecer.

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