Editorial
Jornal Hoje em Dia
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Este contingente chega a 477 mil do total de 634 mil servidores. São os que ganham até R$ 3 mil e, teoricamente, os mais necessitados dos proventos mensais. O poder público estadual sabe que esse é um tema bastante melindroso e que pode gerar violentas reações.
Basta ver o que vem acontecendo no Rio de Janeiro, onde o governo enfrenta protestos diários pela falta de recursos para hospitais e salários. Aconteceu também no Rio Grande do Sul, onde houve greves que paralisaram inclusive as forças policiais, gerando aumento da criminalidade no Estado.
As repercussões para os cidadãos são evidentes, com inegáveis perdas. Minas possui 39 sindicatos e associações que representam os servidores públicos. Grande parte de seus dirigentes havia programado um movimento de paralisação para o próximo dia 27, que, até segunda ordem, está mantido.
O que causa maior apreensão é a ameaça de redução das forças de segurança pública nas ruas, sobretudo quando estamos às vésperas do período de carnaval, quando é evidente a necessidade de reforço no policiamento. Esses setores farão assembleia em 2 de fevereiro, a quatro dias da festa de Momo, quando decidirão que rumo tomar.
O representante do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil comentou com a reportagem que a decisão pelo escalonamento poderá até colocar a população contra aqueles que recebem salários mais altos. E critica: “Enquanto isso, esconde do povo (o governo) que juízes e promotores continuam recebendo em dia”.
Outra questão que deve ser pensada é que a arrecadação, nesse início de ano, tem acréscimo por causa do pagamento do IPVA, o imposto dos proprietários de veículos. Mas, a partir de abril, o futuro é incerto, sobretudo em um país onde a crise econômica não cede.
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