terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Fuzil importado registrado em nome de coronel da PM estava na mão de traficantes da Serrinha, em Madureira

O coronel Fernando Príncipe (dir.) ao lado de Beltrame, em foto de 2010
O coronel Fernando Príncipe (dir.) ao lado de Beltrame, em foto de 2010 Foto: Gianne Carvalho / Agência O Globo
Rafael Soares
Um fuzil, registrado no nome do coronel da PM Fernando Príncipe Martins, foi apreendido durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) dentro da favela da Serrinha, em Madureira. A descoberta é o resultado de uma investigação interna da PM, publicada no boletim reservado da corporação da última terça-feira. A operação que terminou com a apreensão do fuzil aconteceu em fevereiro de 2013. Segundo o resultado da portaria 0861/2538/2013, da Corregedoria da corporação, “ficou comprovada a conduta irregular” do oficial, ex-comandante do Bope e, atualmente, lotado na Diretoria Geral de Pessoal (DGP), a “geladeira da PM”.
A decisão determina que o oficial produza um documento de razões de defesa (DRD) para justificar o motivo de não ter observado “o fiel cumprimento das formalidades estabelecidas nas normas em vigor para o registro, transferência, posse de arma de fogo, ensejando o extravio de um fuzil importado HK, calibre 7,62mm”. De acordo com a PM, a investigação criminal está a cargo da Polícia Civil.
A informação de que o fuzil pertencia ao coronel partiu de uma documentação enviada pelo Exército à PM. “Após pesquisas realizadas no Sistema de Gerenciamento de Armas (SIGMA), contatou-se que o fuzil HK está registrado no nome de Fernando Príncipe Martins”, afirma o texto da sindicância.
Ouvido no procedimento, Príncipe afirmou que é colecionador, mas “cedeu informalmente as armas que imaginava estarem irregulares para o extinto capitão PM Alexandre Sarmento da Silva”. Ele ainda disse que “não sabia o paradeiro das armas e nem se o extinto capitão havia realizado algum tipo de registro ou comunicação da cessão das armas nos órgãos competentes”.
Procurado pelo EXTRA, o coronel Príncipe afirmou que “não tinha tempo para falar sobre o assunto”. Segundo o texto da sindicância, o caso “coloca em descrédito o bom nome da corporação junto aos demais órgãos e a sociedade”.
No mesmo boletim reservado, o comando da PM decidiu que não há indícios de crime por parte do coronel Dayzer Corpas Maciel, ex-comandante do 17º BPM (Ilha), que era investigado em outro procedimento por pagamento de propina a traficantes. Corpas atualmente está preso acusado de aceitar propina do tráfico.

Leia mais: http://extra.globo.com/casos-de-policia/fuzil-importado-registrado-em-nome-de-coronel-da-pm-estava-na-mao-de-traficantes-da-serrinha-em-madureira-14786742.html#ixzz3yM9Ql01j

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