quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Impeachment pelas mãos de Cunha não vinga, diz FHC

Análise

Para tucano, o próprio presidente da Câmara será ‘impeachado’

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL/RS
Evento patrocinado pelo governo promete questionar “golpismo”
PUBLICADO EM 20/01/16 - 04h00- O Tempo
São Paulo. Em sua primeira aparição pública em 2016, nesta terça, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso se mostrou pouco confiante de que o processo de impeachment contra Dilma consiga avançar no Congresso. “Francamente, temos visto que o impeachment encaminhado pelas mãos dele (Cunha) ficou um pouco difícil, ele próprio vai ser ‘impeachado’. Prejudicou um pouco esse caminho”, disse o tucano em evento com centenas de pessoas ligadas ao mercado financeiro, referindo-se à possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) afastar Eduardo Cunha, a pedido da Procuradoria Geral da República.
O ex-presidente afirmou que não estava ali para defender Dilma, mas que tirá-la do governo não representaria necessariamente uma boa solução. “Sem querer absolvê-la, mas não basta tirá-la e colocar outro, porque a condição está aí, o Congresso desse jeito”.
Fernando Henrique disse também que processos para afastar a presidente podem gerar espaço para o surgimento de “demagogos” e mandou um recado velado a tucanos que estudam deixar o partido para se alçar à candidatura presidencial em 2018 ou antes, no caso de cassação da chapa. “Sempre há o risco de um demagogo. Não quero personalizar, mas tem pessoas aí que estão mudando de partido com a pretensão de ser presidente”. Nos bastidores, cogita-se que o senador José Serra (SP) pode deixar o PSDB rumo ao PMDB para ser candidato.
Fórum Social

Protesto.
 O Fórum Social 2016, encontro de movimentos sociais, começou nesta terça com uma marcha de apoio a Dilma. Nesta quarta haverá debate sobre golpismo com a participação de políticos.
Lula discute crise com Delfim Netto

São Paulo
. O ex-presidente Lula se reuniu nesta terça com os economistas Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo em busca de propostas para recuperação da atividade econômica. A perspectiva de aumento da taxa de juros foi objeto de crítica. No almoço – que também contou com os jornalistas Franklin Martins e Mino Carta –, Lula manifestou preocupação com a estagnação econômica e disse que a economia precisa crescer. “Sem isso, nada se resolve”, afirmou ele.

O grupo discutiu a adoção de um programa de infraestrutura, com reequilíbrio do orçamento. Lula tem dito a interlocutores que a reação na economia é fundamental para que o governo debele a crise.

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