sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Inflação oficial fica em 10,67% em 2015, a maior desde 2002

08/01/2016 09h00 - Atualizado em 08/01/2016 09h53

Preços de alimentos, habitação e transporte foram os que mais subiram.
Em dezembro, taxa ficou em 0,96%, a maior para o mês desde 2002.

Anay Cury e Matheus RodriguesDo G1, em São Paulo e no Rio
O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo (IPCA), conhecido como a inflação oficial do país, ficou em 0,96% em dezembro, fechando o ano de 2015 em 10,67%, a maior taxa desde 2002, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta sexta-feira (8).
INFLAÇÃO FECHADA NO ANO
em %
12,539,37,65,693,144,465,94,315,9165,845,916,4110,67em %200520102015102,557,512,515
Fonte: IBGE
Considerando apenas o mês de dezembro, o avanço de preços também é o mais alto em 13 anos, quando o IPCA do período chegou a 2,10%.
Esse resultado indica que a inflação fechou bem acima do teto da meta de inflação do Banco Central para o ano.
Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%, mas, com o intervalo de tolerância existente, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida. Em 2014, o índice havia avançado 6,41%.

Custo de vida ainda mais caro
O que mais pesou no bolso do brasileiro no ano passado foi o aumento de preços dos alimentos e das bebidas. De 8,03% em 2014, a taxa subiu para 12,03%. Não foi o aumento mais forte entre todos os tipos de gastos analisados pelo IBGE, mas seu peso é o maior no cálculo do IPCA.
Gastos com habitação também subiram bastante: de 8,8% para 18,31%. Depois desse grupo vem o de transportes, que registrou forte avanço: de 3,75% em 2014 para 10,16%, no ano seguinte.
De acordo com o IBGE, o maior impacto do ano na análise individual dos itens - não dos grupos - partiu da energia elétrica e dos combustíveis.
A conta de luz do consumidor brasileiro ficou, em média, 51% maior que em 2014. São Paulo e Curitiba aplicaram os maiores reajustes, de 70,97% e 69,22%, respectivamente.
Com o aumento do preço da gasolina autorizado pela Petrobras no início de setembro, o reajuste no valor dos combustíveis chegou a 21,43%. A gasolina, especificamente, subiu 20,10% em média - um pouco abaixo do avanço médio do custo do etanol, de 29,63%.
Tiveram variações próximas e abaixo da média os grupos de despesas pessoais (9,5%), educação (9,25%) e saúde e cuidados pessoais (9,23%). Dentro desses tipos de gastos, as principais pressões partiram dos empregados domésticos, dos jogos de loteria, de serviço bancário, excursão, cabeleireiro, cigarro e manicure.
As menores taxas foram vistas em artigos de residência (5,36%), de vestuário (4,46%) e de comunicação (2,11%).
Previsões
O resultado ficou próximo do previsto pelos economistas do mercado financeiro, que estimavam para o ano uma taxa de 10,72%, segundo o boletim Focus mais recente, divulgado pelo Banco Central.
Raio-X do IPCA
O índice é calculado pelo IBGE desde 1980 e se refere às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos de dez regiões metropolitanas, além de Goiânia, Campo Grande e Brasília.

No cálculo do índice de dezembro, por exemplo, foram comparados os preços pesquisados de 28 de novembro a 29 de dezembro de 2015 (referência) com os preços vigentes de 28 de outubro a 27 de novembro de 2015.

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