quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A difícil missão de pedir voto para o PT

Leida Reis
Leida Reis
lreis@hojeemdia.com.br
  

09/02/2016

Se é depois do Carnaval que tudo tem início, os preparativos para as eleições municipais estão valendo a partir desta quinta-feira. O ano eleitoral começa mais agitado do que os anteriores, uma vez que o prazo para filiações partidárias só termina em 4 de abril, dando chance ao troca-troca de legendas. O PT, em especial, deve perder alguns quadros.
A preocupação dos petistas nem é só essa. Um tema ronda os pré-candidatos que se prepararam para usar de estratégias e poder de convencimento na luta por cada voto: colar ou não sua imagem à da presidente Dilma Rousseff. O desgaste do partido é tanto que muitos petistas já anunciam que vão falar mais de projetos regionais e bem menos das ações do governo federal. Afastar o medo de cortes nos programas sociais é o principal desafio, pois sem o Bolsa Família em plena forma, principalmente, o partido não se sustenta na classe mais baixa. E como esse é um fantasma que assombra parte do eleitorado de Dilma, os pré-candidatos temem que a conta seja paga por eles próprios.
Também os investimentos em saúde estão na lista das atenções, com o país lutando contra a proliferação do mosquito Aedes aegypti, responsável pelo vírus zika, pela febre chikungunya e pela dengue. O PSDB criticou a autorização do Palácio do Planalto para a licença temporária do ministro da Saúde, Marcelo Castro, que deixa o cargo no dia 17 para votar no líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ). Os tucanos alegam que o fato é uma demonstração de que o governo federal faz pouco caso do avanço das doenças. No Rio, uma crise no setor ganha peso de briga política e outros estados também enfrentam epidemias que podem dor nas candidaturas. A impressão que se tem é de que foi preciso que a Organização Mundial de Saúde lançasse um alerta mundial para os riscos do zika para que o Brasil acordasse e colocasse o
Exército nas ruas.
Como explicar tudo isso aos eleitores? É o que perguntam, às direções estadual e nacional do PT, os pré-candidatos. Dirigentes do partido já previam, desde meados do ano passado, que essa será a eleição mais difícil para o PT dos últimos anos. Líderes como o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, admitem que não será fácil trabalhar nas campanhas petistas devido ao desgaste da imagem do partido com a operação “Lava Jato”. Soma-se a isso a crise por que passa o país, para muitos culpa da política econômica do governo federal.
Apesar de tudo, o artigo do presidente nacional, Rui Falcão, ontem, no site do PT, era dirigido exclusivamente a condenar o que chama de tentativa de “linchamento político e moral” do ex-presidente Lula.

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