domingo, 7 de fevereiro de 2016

Amigo de Lula, Bumlai ataca o PT

Contratos

Ao pedir liberação de bens, defesa diz a juiz que pecuarista não se aproveitou de “pouca-vergonha”


LAVA JATO/21ª FASE/BUMLAI
Crise. Pecuarista José Carlos Bumlai passa por dificuldade financeira, segundo alegação do advogado
PUBLICADO EM 07/02/16 - 04h00- O Tempo
São Paulo. A defesa do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula que está preso desde novembro pela Lava Jato, apresentou à Justiça um pedido de desbloqueio dos seus bens em que ataca os dirigentes do PT e os donos do Banco Schahin. O juiz Sérgio Moro determinou em janeiro o bloqueio de R$ 56,6 milhões de Bumlai para ressarcir eventuais prejuízos da Petrobras.
É contra esse medida que o advogado de Bumlai, Arnaldo Malheiros Filho, se insurge: “Seria mais coerente impor a constrição aos corréus, os afagados e protegidos donos do Banco Schahin, aos caciques do PT ou ainda aos que compunham a diretoria internacional da Petrobras, pois, se existe alguém que teve ganho patrimonial com a pouca-vergonha da contratação fraudulenta do tal navio-sonda, certamente não foi o peticionário”.
Prossegue o advogado: “Se algum dos acusados possui ‘capacidade econômico-financeira’ certamente são os donos do Grupo Schahin, que ainda se refestelam com proveitos do contrato de operação da sonda Vitoria 10.000, tendo um deles, inclusive, informado a esse juízo que passará o Carnaval em Paris, que continua a ser uma festa... O que lhes falta em dignidade sobeja em bom-gosto”.
Malheiros se refere a um contrato de R$ 1,6 bilhão que o grupo Schahin obteve da Petrobras para operar o navio-sonda Vitoria 10.000. Tal contrato teria sido a forma que o PT encontrou para compensar o Banco Schahin por não ter pago um empréstimo de R$ 12 milhões, segundo a versão de delatores da Lava Jato como Fernando Soares, o Fernando Baiano. Bumlai já confessou ao juiz Moro que fez esse empréstimo para repassar o montante para o PT.
No pedido da suspensão do bloqueio, Malheiros afirma que seu cliente não teve qualquer benefício no negócio que a Schahin fechou com a Petrobras.
Segundo ele, o valor “foi repassado integralmente pela instituição financeira ao PT e utilizado posteriormente como moeda de troca para realização de negócio espúrio, uma bandalheira entre o Grupo Schahin e então dirigentes da Petrobras, ao qual o peticionário é totalmente alheio”.
Odebrecht X procuradores

Suíça.
 Os procuradores da Lava Jato apresentaram ao juiz Sérgio Moro uma avaliação de que a decisão da Justiça suíça que apontou irregularidades no trâmite de documentos sobre o suposto pagamento de propina pela Odebrecht “em nada afeta o processo brasileiro’.

Impacto. Os procuradores defendem que o juiz rejeite o pedido de advogados da Odebrecht para que as provas sejam anuladas. A decisão estrangeira não teve qualquer impacto imediato sobre pedido de cooperação enviado ao Brasil”, diz a peça dos procuradores.
OAS pagou móveis de sítio em SP

São Paulo.
 Um funcionário da empresa que vendeu os móveis para a cozinha do sítio frequentado pelo ex-presidente Lula, em Atibaia (SP) disse que a compra foi paga em dinheiro vivo pela empreiteira OAS, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”.

Segundo o depoimento, os móveis foram encomendados por um ex-executivo da empreiteira, chamado Paulo Gordilho. A compra foi feita na Kitchens, loja sofisticada de São Paulo, e consumiu R$ 180 mil, de acordo com o depoimento do gerente. O nome do profissional está sendo mantido em sigilo.

Apesar de a empreiteira ter pagado a conta, o ex-executivo pediu que a nota fosse emitida em nome de Fernando Bittar, segundo o gerente. O sítio está em nome de Bittar e de Jonas Suassuna, sócios de um dos filhos de Lula. 

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