terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Delegada desrespeita convocação com o apoio da Chefia da Polícia Civil

16.2.16.SEG.PUBPela terceira vez, a delegada de polícia, Cleide de Oliveira Fiorillo, não compareceu à audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira, 16/2/2016, para prestar esclarecimentos quanto a liberação, por telefone, de dois indivíduos detidos em flagrante por policiais militares portando drogas e um revólver raspado em São Pedro dos Ferros, sendo novamente convocada para reunião do dia 22/3/2016 às 9h. No dia 16/12/2015, prestaram esclarecimentos sobre os fatos, o Comandante da 21ª Companhia da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Major Luiz Faustino Marinho Júnior, o Sargento Luciano Rodrigues Meira e o Cabo Gilmar dos Santos Silva. Hoje, a escrivã Karina Conrado de Souza, lotada na 26ª delegacia de Rio Casca.
Durante a reunião, a escrivã informou que no dia dos fatos, ela estava de serviço junto com investigadores e escrivães ad hoc (funcionários da prefeitura), quando recebeu as denúncias do Tenente Bruno, como consta no boletim de ocorrência.
“O Tenente Bruno ligou para a delegacia e me passou todas as informações que constam no histórico do boletim de ocorrência, igual está registrado. Me parece que a polícia militar recebeu uma denúncia anônima de que tinha dois indivíduos em atitude suspeita em um posto de combustível. A viatura se deslocou até lá e 16.2.16SEG.PUB3quando eles a viram, subiram na moto e saíram em fuga. Os policiais fizeram sinais para que eles parassem, quando não obedeceram e em um dado momento, o rapaz que estava como passageiro, tirou um objeto, que os policiais acreditam que fosse uma arma e o Sargento, para se defender e defender seu companheiro, efetuou alguns disparos, e um atingiu o joelho do passageiro. Eles caíram da moto e foi constatado que o condutor não tinha CNH. Com o passageiro foi encontrado uma bucha de maconha, uma arma calibre 32 (eu acho) municiada, com a numeração raspada e uma quantia em dinheiro. Quando foi levado para o hospital, localizaram no tênis do condutor, acho que 8 ou 9 munições calibre 38”, relatou a escrivã Karina.
Questionada pelo deputado Sargento Rodrigues, Karina ainda informou que a Dra. Cleide Fiorillo, nesse momento inicial, não estava na delegacia porque ela estava respondendo também pela Comarca de Jequeri, onde ela é delegada titular. “Eu fiz contato com ela, passei as informações e ela confirmou através do Reds que ela leu no sistema na delegacia onde ela estava”, esclareceu.
Ainda segundo a escrivã, a delegada disse que consultaria se os criminosos tinham passagem policial. “Foi constatado que o condutor tinha, mas não me recordo por quais crimes, mas o passageiro não havia passagem pela polícia. Pediu para confirmar com quem estava os objetos, eu disse que o passageiro tinha assumido todos, menos a arma, que o tempo todo, ele falava que não era dele e que não sabia de quem era a arma. 16.2.16-SEGPUB5Passei as informações pelo telefone, ela disse que faria o flagrante e que estava se deslocando para a delegacia de Rio Casca”, disse.
Rodrigues perguntou se a delegada realmente havia se deslocado até Rio Casca para fazer o flagrante, mas a escrivã afirmou que foi orientada pela Corregedoria da Polícia Civil a não dar este tipo de informação, pois o caso está sendo apurado.
De acordo com o deputado Sargento Rodrigues, faltou zelo e respeito da Chefe da Polícia Civil, como também do Corregedor que não compareceram a reunião por não se tratar de um assunto comum. “No dia 16/12/2015, eles não compareceram, pois era uma quarta-feira e havia reuniões conselho superior da polícia civil todas as quartas, mas hoje é uma terça. Não é a chefe da polícia civil ou o corregedor que vão fazer com que a comissão deixe de convocar. O que nos deixa triste é a Corregedoria não vir aqui e não prestar informações para uma comissão de deputados”, destacou.
Rodrigues explicou, ainda, que o dever funcional de ratificar o flagrante era da delegada Cleide Fiorillo. “Você disse que ela abriu o Reds do outro lado e viu que tinha um porte de arma e uma arma raspada. Ela tinha que 16.2.16-SEGPUB4ter se deslocado!”, afirmou.
“O cidadão assume que tem um tablete de maconha que renderia 10 buchas de maconha, além disso assumiu autoria de 8 munições calibre 38, mesmo assim não teve a prisão ratificada pela delegada. Temos uma série de crimes que foram cometidos, como tráfico de drogas, porte de ilegal de munições e de armas, como também atentado contra a vida dos policiais militares”, informou Sargento Rodrigues.
Na ocasião, o parlamentar esclareceu que o maior prejudicado é o cidadão pagador de impostos, considerando que a polícia militar fez o seu papel, prendendo em flagrante dois indivíduos com drogas, armas e munições que estavam na iminência de cometer outros delitos naquele momento, mas a delegada não deu sequência ao trabalho da polícia militar ao deixar de ratificar a prisão em flagrante. “Os criminosos foram liberados e no dia seguinte presos novamente junto com dois indivíduos em um veículo tomado de assalto. O prejuízo da irresponsabilidade e da prevaricação da delegada quem sofre é a população e o trabalhador, que são vítimas destes bandidos”, disse.
Rodrigues lembrou, ainda, que no dia 16/12/2015, quando da 1ª convocação da delegada Cleide Fiorillo, ele recebeu seis denúncias em desfavor da própria delegada instruída pelo Ministério Público Estadual nos crimes de prevaricação e improbidade administrativa.
Ao final, o deputado Sargento Rodrigues ressaltou que a Dra. Cleide será convocada novamente, nem que para isto seja convocada a Chefe da Polícia Civil de Minas Gerais. “Ela é servidora pública. Ela tem que comparecer aqui para prestar esclarecimentos. Ela está tentando empurrar com a barriga para não ser ouvida”, disse. A convocação foi marcada para o dia 22 de março de 2016 às 9h. “O não comparecimento da delegada e do corregedor da polícia civil é uma afronta ao Poder Legislativo e uma demonstração de falta de disciplina e hierarquia da Instituição da Polícia Civil”, disse.

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