sábado, 20 de fevereiro de 2016

Pressão de aliados barra a reforma administrativa


Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
  

20/02/2016

Trinta e sete dias depois do anúncio, 19 após o retorno dos trabalhos legislativos e dez após o Carnaval, a prometida reforma administrativa pelo governador Fernando Pimentel (PT) ainda não chegou à Assembleia Legislativa. A ideia era economizar, pelo menos, R$ 1 bilhão por ano, segundo cálculos do próprio petista. É o chamado dever de casa que ainda não está pronto apesar de os indicadores econômicos e financeiros sinalizarem a emergência da medida.

O anúncio foi feito por Pimentel, no dia 14 de janeiro último, para compensar a insatisfação ou ganhar a compreensão dos servidores que caíram na nova tabela que parcela os salários (acima de R$ 3 mil líquidos) em três vezes. A princípio, a medida será aplicada sobre os três primeiros meses deste ano, mas não há nada no cenário que garanta a revisão do expediente. Ao contrário, as informações que vêm da Corte é de que os atrasos tendem a continuar e que ainda podem ser estendidos aos servidores que ganham menos de R$ 3 mil.

O governo tentou ampliar a medida para os outros poderes, o Legislativo e o Judiciário, mas conseguiu apenas adiar os pagamentos até o quinto dia útil do mês, o que já aconteceu neste fevereiro. Na tarde de ontem, o governo gerenciava outro abacaxi durante reunião com representantes dos servidores da Educação, que cobram o cumprimento da lei que garante o reajuste de 11,36% referentes ao novo piso salarial nacional.

Além disso, o governo se debate com outro projeto sobre efetivos da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Aprovado ou não pela Assembleia Legislativa, terá que promover, automaticamente, cerca de dois mil soldados a cabo.

Do campo administrativo ao político, a maior dificuldade do governo em concluir a reforma está em seu secretariado e aliados, que não aceitam perder espaço ou poder. Havia a expectativa inicial de cortar pelo menos 3.100 cargos comissionados e fusão de secretarias, mas a pressão tem sido mais forte. Ninguém quer abrir mão. Enquanto isso, a cada dia que passa, perde-se a oportunidade de fazer o ajuste necessário às contas públicas.

Nenhum comentário: