Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
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De um lado, a crise econômica nacional e o aperto das contas públicas
estaduais (déficit de mais de R$ 8 bilhões); de outro, as consecutivas
derrotas na Justiça Eleitoral e uma investigação da Polícia Federal
(Acrônimo) que o desestabiliza e o seu governo. Muito antes de uma
possível cassação do mandato do governador Fernando Pimentel (PT) e o de
seu vice, Antônio Andrade (PMDB), em função da reprovação de suas
contas de campanha pelo Tribunal Superior Eleitoral, o quadro se
complica e pode afetar, mais imediatamente, a governabilidade da atual
administração mineira.
Por coincidência ou não, o seu principal aliado, o PMDB mineiro ameaça
se rebelar na Assembleia Legislativa. Na quarta-feira (24), os
peemedebistas obstruíram projeto de lei na área da educação e apontaram
várias incoerências. Junto a outros aliados, negaram quórum à votação de
projeto sobre efetivo da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Não
fosse a oposição, com sete votos, a matéria talvez não fosse aprovada,
embora o ponto de negociação que atraiu os rivais, e que virou artigo,
acabou vetado pelo governador, que, nesta quinta (25), sancionou o
projeto.
Pimentel considerou inconstitucional e contrário ao interesse público o
artigo 9º, que tratava da promoção de soldados a cabo, que, por lei
estadual anterior, deveria ser automática após oito anos de serviço.
Tudo indica que, diante do veto e das dificuldades orçamentárias, o
governador não deverá promover os 2 mil soldados que aguardam o
benefício desde o dia 11 de fevereiro. O veto ao acordo e à promoção
também dificultará novas negociações com a oposição.
Voltando aos aliados, o primeiro sinal da rebelião peemedebista será a
troca do líder do bloco, Rogério Correa (PT), por um nome do PMDB.
Maioria na Casa, eles não aceitam mais ser liderados por um petista.
Políticos são assim mesmo, em nome da sobrevivência, vão de aliado à
oposição.
Fim da linha e do modelo
A prisão do marqueteiro das campanhas presidenciais do PT, João
Santana, e a reprovação das contas de campanha de Pimentel representam o
fim de um modelo eleitoral sustentado pelo excessivo marketing político
e pelo descontrole no financiamento empresarial, agora, proibido pelo
Supremo Tribunal Federal e banido pela atual legislação. O governador
ficou perto do fim da linha, tendo somente direito a um recurso em um
colegiado (TSE) que o derrotou por 5 a 2 nesta quinta (25). O fato de
isentá-lo de multa de R$ 50 milhões não o absolve das contas reprovadas.
Apenas considerou impróprio o procedimento adotado.
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