terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Sem cortar cargos, Pimentel reduz custeio em área essencial

Orion Teixeira
Orion Teixeira
orionteixeira@hojeemdia.com.br
  

23/02/2016

Com a reforma administrativa adiada, e após o parcelamento de salários acima de R$ 3 mil (área de segurança e fazendária), o governador Fernando Pimentel (PT) anunciou, nesta segunda (22), cortes de custeio em áreas essenciais do estado. Juntas, a Saúde, Educação e Segurança perderão R$ 680 milhões na prestação de serviços básicos ao cidadão. As despesas de custeio são aquelas referentes à manutenção das atividades dos órgãos, desde os gastos com pessoal, material de consumo e serviços de terceiros.
Trocando em miúdos, a Polícia Militar que perderá R$ 70 milhões para a manutenção de sua frota, troca de pneus e gasolina. Na Educação, desde o giz, papel, a carteiras e materiais escolares e, na Saúde, remédios e insumos básicos do atendimento primário. A iniciativa do governador é semelhante à de outros estados e municípios diante da crise econômica. Curiosamente, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), que mantém o pagamento em dia dos servidores municipais, anunciou medidas de cortes, mas o fez em cima dos cargos e, de uma caneta, exonerou mais de 600 cargos comissionados.
Em função da mesma crise econômica, Lacerda publicou, no sábado (20), no Diário Oficial do Município, a exoneração de 602 servidores e empregados públicos ocupantes de cargos de confiança. Dos 602, 468 foram demitidos e 134 remanejados para postos com salário menor. Outros comissionados já haviam sido desligados no dia 13. A medida terá redução de R$ 45 milhões na folha salarial.
O governador voltou a prometer o envio de sua anunciada reforma administrativa, ainda nesta semana, à Assembleia Legislativa, onde sua base aliada acumula queixas, especialmente o principal aliado, que é o PMDB, que reclama dos privilégios do PT em desfavor da base governista.
Auxílio só para agentes prisionais
Além dos cortes na área de segurança e parcelamento de salários, que afeta de agentes prisionais, soldados, inspetores a delegados e coronéis, Pimentel deixou-os ainda mais insatisfeitos com a quebra da paridade ao conceder auxílio alimentação de 7,3% do piso inicial, de R$ 4.098,00, somente aos primeiros (quase 20 mil agentes prisionais).
Ainda na área do funcionalismo, lideranças de várias áreas também reclamam dessas medidas de contenção e parcelamento de vencimentos e da promessa de concessão de reajuste de 11,36% para o professorado, por conta do piso salarial nacional, conforme acordo feito no ano passado. Diante de tantas pressões, Pimentel disse, em Ubá (Zona da Mata), na sexta-feira, que o funcionalismo precisa entender o momento e dar sua parcela de compreensão.

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