04/03/2016
às 15:46 \ Direto ao Ponto
Há
dois dias, o comentário de 1 minuto para o site de VEJA constatou que,
por negar-se a enxergar as mudanças operadas pela Lava Jato na paisagem
brasileira, a alma penada de Lula ainda não descobrira que, hoje, nenhum
fora da lei está acima da lei. Descobriu nesta manhã, quando a mão do
destino ─ disfarçado de Polícia Federal ─ bateu à porta do apartamento
do ex-presidente em São Bernardo.
Até este histórico 4 de março, Lula acreditava que, se todos são
iguais perante a lei, ele sempre seria mais igual que os outros. Esse
status de condenado à perpétua impunidade lhe permitiria, por exemplo,
rejeitar intimações judiciais, zombar de autoridades dispostas a fazer
Justiça e debochar do Estado Democrático de Direito. Acordou para a vida
real ao ser acordado pela 24ª fase da Lava Jato, batizada de Alethea.
Conduzidos coercitivamente ao local do depoimento, Lula e o filho
Lulinha tiveram de abrir o bico ─ pela primeira vez ─ sobre as
bandalheiras em que se meteram. A família que se julgava inimputável foi
enquadrada por juízes, procuradores e policiais que não temem
criminosos da classe executiva. Alethea, convém ressaltar, é uma palavra
grega que significa “busca da verdade”. Nesta sexta-feira, a verdade
venceu a mentira.
A busca da verdade não cessará tão cedo. Mas a Era da Canalhice está
perto do fim, confirmou a patética teimosia dos agonizantes. Um dia
depois de divulgado o desastroso desempenho do PIB em 2015, Lula
festejou a fundação do Brasil Maravilha que só existe na cabeça de
embusteiros. E relançou uma candidatura presidencial que as revelações
de Delcídio do Amaral haviam afundado de vez na véspera.
A “mobilização nacional da militância” prometida por cartolas do PT e
pela pelegos que enriquecem com “movimentos sociais” limitou-se a
minúsculos ajuntamentos de fanáticos sem cura. Manifestaram-se os
devotos que restam nos cultos da seita. Muito maior e mais eficiente foi
a mobilização da Polícia Federal decretada pela Alethea. Munidos de
mandados de busca e apreensão, destacamentos de agentes vasculharam
residências, escritórios e esconderijos de gente graúda engajada no
projeto criminoso de poder.
Paulo Okamotto, Marisa Letícia, três lulinhas, o Instituto Lula, a
Odebrecht, a OAS, os sitiantes de araque Fernando Bittar e Jonas
Suassuna, o engenheiro que trabalha de graça nas férias ─ sobram
famosos na lista de 44 artistas de pátio de cadeia que acabam de
juntar-se ao elenco recrutado pela operação que investiga o maior
esquema corrupto de todos os tempos.
Hoje se ouviu o choro das carpideiras transformadas em animadoras de
velório. Em 13 de março, a colossal maioria de indignados exigirá nas
ruas, além da punição dos poderosos patifes, o imediato encerramento do
governo destroçado pela incompetência, pelo cinismo e pela corrupção.
Oito dias depois dos uivos da subespécie em extinção, a nação ouvirá o
rugido do país que presta.
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