15/03/2016 13:37 - Atualizado em 15/03/2016 13:37
Atônita, a presidente Dilma Rousseff convocou nesta terça-feira (15)
uma reunião de emergência com o núcleo político do governo federal para
avaliar o impacto da delação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS),
homologada no STF (Supremo Tribunal Federal). O parlamentar diz que
Aloizio Mercadante (Educação) ofereceu a seu assessor, Eduardo Marzagão,
ajuda financeira para evitar a delação premiada.
O Palácio do Planalto avalia que, com o impacto da gravação, deve ficar
suspensa pelo menos por enquanto a possibilidade da entrada do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Esplanada dos Ministérios. A
preocupação é também que a delação premiada acelere o desembarque do
PMDB do governo federal.
O governo foi pego de surpresa com a transcrição de gravação entre
Mercadante e Marzagão. Segundo relatos de assessores e ministros, a
presidente ficou sem reação e sem dimensão de como a gravação pode
atingir o governo dela. A primeira avaliação é que a situação de
Mercadante é "muito delicada" e há o receio até mesmo de que ele seja
preso.
Para auxiliares da petistas, a gravação enfraquece discurso defendido
pela presidente, desde o início da Operação "Lava Jato", de que o
governo federal não interfere nas investigações da Polícia Federal.
Eles consideram ainda que será necessário encontrar uma nova narrativa
para explicar a gravação, uma vez que é impossível dissociar o ministro
da presidente pela relação pessoal dos dois.
A ofensiva de Mercadante foi relatada por Delcídio no quinto termo de
depoimento de sua colaboração premiada, homologada nesta terça-feira
(15), ao qual a reportagem teve acesso.
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