sexta-feira, 11 de março de 2016

Eletrodomésticos encalham e lideram queda no varejo

11/03/2016 07:18 - Atualizado em 11/03/2016 07:18

Janaína Oliveira - Hoje em Dia


Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Eletrodomésticos

O comércio varejista de Minas Gerais iniciou 2016 com uma queda de 1,9% no mês de janeiro, na comparação com dezembro do ano passado, cujo tombo já havia sido de 2,5%. O resultado para o Estado foi o 3º pior entre as 27 unidades da federação, atrás apenas de Rio de Janeiro e São Paulo.

No país, na série dessazonalizada, as vendas do setor tiveram queda de 1,5% em janeiro, ante o mês anterior. Foi o pior índice para o mês desde 2005, quando o recuo chegou a 1,9%.

Segundo o analista do IBGE em Minas, André Braz, justamente um dos setores mais dinâmicos da economia na década passada, o comércio sente agora os efeitos do menor consumo dos brasileiros, que cortaram gastos com a piora dos níveis de emprego, alta da inflação, escalada dos juros e menor oferta de crédito.

“Chama a atenção a queda na comercialização dos bens duráveis, que até 2014 puxaram as vendas para cima. São mercadorias que geralmente necessitam de financiamentos, hoje mais escassos e com taxas mais salgadas. E com a diminuição da renda e o aumento da inadimplência, o consumidor acaba postergando a compra desses itens”, afirma Braz.

Tombo

Em Minas, o segmento mais atingido foi o de eletrodomésticos, cujas vendas despencaram 49% somente em janeiro, ante dezembro. “É uma queda extremamente significativa, que mostra a intensidade da crise, já que quem compra no varejo são as famílias”, afirma o analista do IBGE. Já o setor de móveis caiu 29%. E nem as liquidações de janeiro salvaram o comércio, que registrou queda de 15,3% em tecidos, vestuário e calçados.

Supermercados

Um dos setores com maior peso na pesquisa, o ramo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo também sentiu o baque, com recuo de 1,5% na passagem de dezembro para janeiro, em Minas.

“A queda de supermercados está muito associada à renda. A evolução dos preços dos alimentos está acima do índice geral de preços. A pressão inflacionária nesse segmento faz com que os consumidores se ajustem a marcas mais baratas. Consequentemente, o volume de receitas do segmento cai”, explica a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Isabella Nunes. No país, o corte das compras nos supermercados chegou a 5,8%, em relação a janeiro de 2015.

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