sexta-feira, 18 de março de 2016

Em BH, delegados da PF defendem autonomia da "Lava Jato", mas evitam comentar grampos

18/03/2016 15:02 - Atualizado em 18/03/2016 15:02

Ezequiel Fagundes - Hoje em Dia


Flávio Tavares/Hoje em Dia
Em BH, delegados da PF defendem autonomia da "Lava Jato", mas evitam comentar grampos
Ato na porta da sede da superintendência da capital

Em defesa da "Lava Jato" e da autonomia do órgão, policiais federais realizaram na tarde desta sexta-feira (18) um ato na porta da sede da superintendência em Belo Horizonte. Porta voz do movimento, o delegado Bruno Zampier, da Associação do Delegados de Polícia Federal (ADPF), declarou que os últimos acontecimentos reforçam a necessidade de aprovaçao da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que prevê a independência financeira e administrativa da Polícia Federal (PF).

"Antigamente era um desejo, mas depois dos últimos acontecimentos se tornou um desejo da sociedade, que quer a investigação de órgãos independentes, doa a quem doer", afirmou Zampier. A PEC tramita desde de 2009 no Congresso, mas não tem data para ser apreciada.

Zampier, no entanto, evitou comentar sobre o vazamento do grampo entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, no qual eles foram flagrados articulando sobre a posse do petista no Ministério da Casa Civil. Para a força-tarefa da "Lava Jato", foi uma tentativa de evitar a prisão de Lula pelo juiz Sérgio Moro, pois no ministério ele tem foro privilegiado e só pode ser processado pelo Supremo Tribunal Federal. "Não vamos nos pronunciar porque há uma investigação em curso", disse.

O delegado criticou a falta de autonomia da PF e citou, como exemplo, a escassez de concurso público. "Essa autonomia, na realidade, não existe porque a PF está vinculada hierarquicamente ao Ministério da Justiça. Com a aprovação da PEC podemos traçar o próprio orçamento, a aplicação do orçamento e a administração em geral. Nos últimos oito anos tivemos um concurso para delegado. Se nós tivéssemos a pretendida autonomia, nós poderíamos decidir quando o concurso seria aberto de acordo com a necessidade do órgão", criticou.


Nenhum comentário: