Movimentos responsáveis por convocar o ato informam que engajamento cresceu exponencialmente e esperam manifestação maior do que a de 15 de março do ano passado
Ao
final de uma semana especialmente ruim para o PT, o engajamento dos
brasileiros no protesto convocado para o dia 13 de março aumentou
significativamente. Entre quinta e sexta-feira, os compartilhamentos e
'curtidas' na página do Movimento Brasil Livre (MBL) no Facebook
aumentou 15 vezes, segundo o líder do MBL Kim Kataguiri. Ao site de
VEJA, as lideranças do MBL e do Vem Pra Rua informam que esperam desta
vez um número de manifestantes ainda maior do que o de 15 de março do
ano passado, quando a presidente Dilma Rousseff enfrentou o maior
protesto popular desde as Diretas.
Nesta manhã, a Operação Lava Jato levou o ex-presidente Lula
para depor à força em São Paulo - apenas um dia depois de vir à tona
que o ex-líder do governo Dilma no Senado, Delcídio do Amaral, ter
fechado acordo de delação premiada. A operação desta sexta, contudo,
nada tem a ver com os depoimentos de Delcídio, que implicam Lula e
Dilma. "Como, antes, não havia resultado, não havia perspectiva de
mudanças para o futuro, ficava difícil mobilizar as pessoas para
protestarem. Mas com os últimos acontecimentos é muito mais fácil. São
bem grandes as chances de que esse protesto seja maior do que o 15 de
março", analisou Kataguiri.
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O líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer, também relatou que a
movimentação nas redes sociais do movimento está maior nesta sexta-feira
e avalia que os comentários deixados na página têm uma mistura de
alívio e indignação: "Alívio porque finalmente a verdade vem à tona e
indignação porque as pessoas percebem, cada vez mais, que foram feitas
de idiota. Não só como serem humanos enganados, mas como cidadãos que
pagam impostos e não vêm a conversão deles em direitos previstos na
Constituição".
Segundo Chequer, a intenção do MBL no próximo domingo é mostrar apoio
à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal. "A troca do ministro
da Justiça é preocupante, assim como a influência na Polícia Federal.
Eles precisam do apoio da sociedade", disse. Pensando nisso, o movimento
antecipou uma ação, que já era planejada, para esta sexta-feira, e que
consiste em colocar bandeiras do Brasil nas janelas das casas.
Ao contrário do que foi visto na manhã de hoje em São Paulo, Chequer
afirmou que a população vai manifestar sua indignação de forma
"totalmente pacífica" nos protestos do dia 13. Isso porque, enquanto
Lula dava esclarecimentos à PF em Congonhas, em São Paulo, militantes do
PT causaram tumulto
tanto no aeroporto, quanto em frente ao prédio de Lula, em São Bernardo
do Campo. Neste último local, a Polícia Militar precisou intervir,
afastando os apoiadores do petista e grupos contrários a ele. Também
houve confusão em frente à sede do Instituto Lula, no Ipiranga, Zona Sul
da capital paulista.
Pouco depois da deflagração da nova fase da Lava Jato, o PT conclamou
a militância petista para defender o ex-presidente. Em nota, o partido
classificou como "violência" a ação batizada de Aletheia e garantiram
que tal violência "será repudiada". "A violência praticada nesta manhã -
injusta, injustificável, arbitrária e ilegal - será repudiada por todos
os democratas, por todos os que têm fé nas instituições e do estado de
direito, no Brasil e ao redor do mundo, pois Lula é uma personalidade
internacional que dignifica o País, símbolo da paz, do combate à fome e
da inclusão social", diz o texto.
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