30/03/2016 - 06h00
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A deterioração do governo, selada pelo rompimento peemedebista, trouxe para mais perto o processo de impeachment, já acelerado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. O parlamentar era, inclusive, todo sorrisos durante o pronunciamento de Romero Jucá na reunião feita pelo PMDB na tarde de ontem.
Fato é que Dilma fez de tudo para manter a sigla junto ao governo. Sem ele, a governabilidade, ou seja, a possibilidade de aprovação de projetos nas casas legislativas ficou ainda mais difícil. Em números, somente 216 dos 513 membros da Câmara dos Deputados (42%) declaram-se agora governistas. No Senado, a situação do governo do PT consegue ser pior: só 26 dos 81 membros (32%). E, para coroar, a Comissão do Impeachment é composta por 60% de parlamentares contrários à presidente: somente 26 dos 65 deputados são pró-Dilma.
Nos bastidores, diz-se que o governo passará a trabalhar no varejo, o que significa tentar “encher o papo” grão por grão, convencer deputado por deputado a votar contra o impeachment. Não é garantido, mas Renan Calheiros, presidente do Senado, e uma pequena quantidade de políticos a ele ligados estaria ao lado de Dilma na “luta” contra a queda da petista. Em troca, claro – sempre há moedas na costura política –, de ministérios, de verba e, por aí vai. E assim o pernicioso toma-lá-dá-cá se retroalimenta.
É sempre bom lembrar que, mesmo perdendo o apoio dos partidos aliados, os membros das siglas podem, individualmente, votar ou não a favor da presidente.
Enquanto isso, nosso ainda vice-presidente Michel Temer já articula nomes como Roberto Brant e Henrique Meirelles para ocupar alguns dos ministérios, se o impeachment for concretizado e o PMDB assumir o poder. Vamos aguardar os próximos capítulos.
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