sexta-feira, 18 de março de 2016

PT precisa pagar para que seja defendido?

Publicado em 18/03/2016 às 13h45

Google images
Trinta reais. E uma ajuda para o transporte e a alimentação. É isso que o Partido dos Trabalhadores estaria oferecendo aos seus militantes para comparecer no ato de hoje na Avenida Paulista em defesa do governo da ex-presidente em exercício Dilma Rousseff. A convocação assinada pela Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores viralizou nas redes sociais.
O PT desmentiu o documento.
Quando li, também achei que era falso. O desmoronamento do PT não teria chegado a esse ponto.
Sou de um tempo em que as pessoas iam para as ruas defender o PT de modo espontâneo. Em prejuízo da própria vida pessoal e profissional.
O que movia a todos era o oxigênio da esperança.
E não precisava mais nada.
O PT era o cais para onde convergiam milhões de brasileiros que almejavam um país digno e igualitário.
Generoso com os que ficavam na rabeira da sociedade. Com os que eram renegados pelo seu sexo ou pela cor da sua pele.
O PT, acreditem, representava tudo isso.
Era o passaporte para a Escandinávia.
Como velho brizolista nem sempre concordei com esse messianismo, mas geralmente estive do mesmo lado. Vivíamos uma era maniqueísta. Todos que estavam contra a ditadura eram do bem.
Os anos de poder, no entanto, entorpeceram os petistas. Eles se lambuzaram com gosto. E fizeram tudo que garantiram que nunca iriam fazer. Pior: foram mais profissionais. Instrumentalizaram a roubalheira. E a corrupção virou praticamente uma política de estado, contaminando todos a volta. Basta olharmos os que estão sendo investigados pelos procuradores e policiais federais nas inúmeras operações que foram deslanchadas.
Parece até ironia, mas nessas horas de decadência moral do ex-impoluto PT, me vem a mente versos de uma música do meu ídolo e sempre petista Chico Buarque: “Quem não há conhece não pode mais ver para crer; quem jamais a esquece, não pode reconhecer”.
A música é “Quem te viu, quem te vê”.
Imagem: Lobão, o legítimo

Nenhum comentário: