Alianças
Peemedebista procura o presidente nacional do PSB e pede apoio se impeachment for aprovado
Pressa.
O vice-presidente Michel Temer mostra que dá como certa a saída da presidente Dilma Rousseff e que ele assumirá o governo
PUBLICADO EM 30/03/16 - 03h00- O Tempo
Brasília. Antes
mesmo da reunião do diretório nacional do PMDB, que decidiu
oficialmente romper com o governo da presidente Dilma Rousseff, o vice
Michel Temer já articulava alianças para montar um governo caso assuma a
Presidência. Pela manhã, ele se reuniu com o presidente nacional do
PSB, Carlos Siqueira, e disse contar com o partido no caso de o
impeachment ser aprovado.
O encontro ocorreu no Palácio do Jaburu,
onde Temer tem mantido uma série de conversas com lideranças partidárias
nos últimos dias. O presidente do PSB afirmou que a conversa com Temer
foi muito proveitosa e tratou da atual crise econômica e política. “Ele
falou sobre o desembarque do PMDB do governo e quer discutir o futuro
com todas as forças políticas, como o PSB, para discutir uma agenda para
o país”, afirmou Siqueira.
O PSB ainda não tomou uma posição oficial
sobre o impeachment de Dilma. A bancada do partido no Senado é contra o
afastamento da presidente – dos sete senadores, apenas Romário Faria
(RJ) declarou ser a favor. “O partido ainda vai decidir, mas avalio que
na Câmara passa com facilidade a decisão em favor do impeachment”, disse
Siqueira.
O presidente do PSB acredita, no entanto,
que se o impeachment for aprovado pelo plenário da Câmara, dificilmente o
Senado irá reverter a decisão. “Se um governo não tem condições de
obter 172 votos para se manter, não há mais razão para existir”, disse
Siqueira. Ele ressalta, porém, que a posição formal do PSB ainda será
avaliada.
Guerra. Logo após a saída
oficial do PMDB do governo, o líder do PT na Câmara, Afonso Florence
(BA), chamou Temer de golpista e disse que não foi o PT que fez a
escolha pela guerra. Segundo Florence, Temer posava de jurista e agora é
golpista.
“Não fomos nós que fizemos escolha de
guerra”, disse o petista ao comentar declarações de um colega de
partido, o senador Humberto Costa (PT-PE), de que o vice será o próximo a
cair. O deputado ainda avaliou que a fala de Costa não foi uma ameaça,
mas uma previsão plausível.
“Não dá para derrubar uma presidente eleita
sem crime de responsabilidade, sem apuração por aqueles que são
investigados e supor que isso estabilize a República”, afirmou Florence,
destacando que Temer é investigado pela Lava Jato, enquanto Dilma não
é.
O líder do PT na Câmara tentou minimizar o
impacto da saída do PMDB sobre a tramitação do impeachment, dizendo que
nem todos os deputados da sigla devem fechar com a decisão do diretório
nacional. “Temos que esperar o impacto da decisão da direção do partido
nas bancadas da Câmara e do Senado. Temos que esperar mais seis ou dez
horas, até a noite de hoje, para vermos qual é a posição deles
(deputados e senadores)”, disse.
“Esse tema da legalidade democrática é muito
relevante e parece que tocou alguns (parlamentares), assim como tocou
uma parcela da população”, afirmou o petista, dizendo que é natural que
haja conversas ainda nesta terça entre petistas e os deputados do PMDB.
“É natural, vamos nos encontrar (no plenário) e conversar”.
Outros partidos. A
articulação de Temer para a formação de um novo governo, nos últimos
dias, passou até pela procura, por telefone, do presidente nacional do
PSDB, o senador Aécio Neves. Derrotado por Dilma nas últimas eleições,
nesta terça Aécio comemorou o desembarque do PMDB do Planalto. “O
governo Dilma acabou. A saída do PMDB fecha a tampa do caixão de um
governo moribundo”, afirmou o tucano.
O Planalto teme que a saída do PMDB arraste
outros aliados menores. “Haverá um efeito manada, o processo é
irreversível. O tamanho da bancada do PMDB faz com que, quando o voto é
em conjunto, ela quase sempre defina o resultado”, disse o líder do PSDB
no Senado, Cássio Cunha Lima (PB).
Mais um
No governo. As
bancadas do PP na Câmara e no Senado vão se reunir hoje para discutir se
a legenda, que comanda o Ministério da Integração Nacional, continuará
aliada de Dilma.
Por vídeo, elogios à atuação do Judiciário
Lisboa, Portugal. O vice-presidente Michel Temer participou nesta terça, por videoconferência, de um evento jurídico com a presença de tucanos em Portugal e aproveitou para elogiar a atuação do poder Judiciário e as privatizações ocorridas na década de 1990. Com a coordenação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e a participação dos senadores do PSDB José Serra e Aécio Neves, o 4° Seminário Luso-Brasileiro de Direito teve início com uma mensagem gravada por Temer.
“As instituições do nosso país estão funcionando muito bem: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Judiciário hoje tem uma presença muito forte, muito significativa, que há de ser saudada por todos aqueles que se preocupam com um bom comportamento ético e político”, afirmou.
O vice-presidente também aproveitou para destacar o fim do monopólio estatal em diversos setores, ressaltando especialmente a atuação das empresas privadas de telefonia. Sem tocar na crise política, Temer elogiou os protestos ocorridos em junho de 2013.
Meirelles estaria cotado para a FazendaLisboa, Portugal. O vice-presidente Michel Temer participou nesta terça, por videoconferência, de um evento jurídico com a presença de tucanos em Portugal e aproveitou para elogiar a atuação do poder Judiciário e as privatizações ocorridas na década de 1990. Com a coordenação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e a participação dos senadores do PSDB José Serra e Aécio Neves, o 4° Seminário Luso-Brasileiro de Direito teve início com uma mensagem gravada por Temer.
“As instituições do nosso país estão funcionando muito bem: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Judiciário hoje tem uma presença muito forte, muito significativa, que há de ser saudada por todos aqueles que se preocupam com um bom comportamento ético e político”, afirmou.
O vice-presidente também aproveitou para destacar o fim do monopólio estatal em diversos setores, ressaltando especialmente a atuação das empresas privadas de telefonia. Sem tocar na crise política, Temer elogiou os protestos ocorridos em junho de 2013.
Brasília. Henrique Meirelles seria o nome mais cotado para assumir o Ministério da Fazenda, principal pasta econômica do país, em um possível governo de Michel Temer (PMDB-SP), segundo informações da colunista da “Folha de S.Paulo”, Mônica Bergamo. Com o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, membros do PMDB já se articulam para montar um possível governo liderado pela legenda.
O nome de Armínio Fraga, economista sempre citado durante a campanha presidencial pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) para assumir a Fazenda, teria sido descartado, pois desagradaria a Temer. Meirelles não confirmou ter sido procurado por algum representante do PMDB e nem convidado para um possível ministério do governo peemedebista.
Parte da articulação de uma possível política econômica de Temer é conduzida pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. Também participa o ex-ministro Moreira Franco. Existe a expectativa de um ajuste fiscal duro.
A plataforma tem as diretrizes conhecidas, reunidas no documento “Uma Ponte para o Futuro”. O programa do PMDB, que em tese mira 2018, prega rigor fiscal e controle da inflação, redução de indexações, simplificação de tributos, acordos comerciais com EUA, União Europeia e Ásia, concessões e privatizações, além de reforma da Previdência, com idade mínima, e retorno ao regime de concessão no petróleo.
Outras diretrizes devem sair nos próximos dias, com foco na área social, em que ficará claro o compromisso do PMDB de manter e, se possível, reforçar o Bolsa Família. O Prouni também pode ser ampliado para os ensinos fundamental e médio.
Nesta terça, o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), deu declarações afirmando que o partido está pronto para assumir o governo. A oposição mostrou desconforto com a postura do presidente do Senado, Renan Calheiros. Mais de uma vez, o senador Aécio Neves (PSDB) criticou o fato de Renan não se posicionar.
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