Ministro do Supremo fez o comentário ao ler o relatório que resume o recurso em que a AGU questiona o fato de estar nas mãos de Moro processo em que são citadas autoridades com foro privilegiado
Zavascki fez o comentário ao ler o relatório que resume o recurso em que a advocacia-geral da União (AGU) questiona o fato de estar nas mãos de Moro processo em que são citadas autoridades com direito a foro privilegiado. A investigação diz respeito ao ex-presidente Lula, mas nos grampos telefônicos do qual o petista era alvo apareceram também políticos com foro, como a presidente Dilma e o ministro da Fazenda Nelson Barbosa. "Temos que investigar e processar, sim, mas dentro da Constituição, que assegura o devido processo legal e o amplo direto de defesa, com os recursos pertinentes", disse o ministro. Em decisão liminar, Teori Zavascki havia determinado que todas as investigações envolvendo o ex-presidente Lula fossem remetidas ao Supremo para que o tribunal decida se o caso deve ser desmembrado, com o processo do petista eventualmente devolvido a Sergio Moro.
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A conversa antirrepublicana entre Lula e Dilma, em que a presidente fala que o termo de posse só deve ser utilizado "em caso de necessidade", ocorreu por meio do celular de Valmir, registrado na operadora Claro. Neste horário, Sergio Moro já havia determinado que os grampos fossem suspensos, mas algumas conversas acabaram grampeadas. Um analista da Polícia Federal encaminhou email para o departamento jurídico da Claro às 12h46 para cumprimento imediato da decisão do juiz.
Por ordem do próprio Moro, funcionários de Lula, como a assessora Clara Ant e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e a ex-primeira-dama Marisa Letícia, estavam sendo grampeados por dois períodos de 15 dias. Moro antecipou a revogação dos grampos e afirmou que autoridades com foro privilegiado, como a presidente Dilma Rousseff, não foram grampeados, e seus diálogos foram "colhidos fortuitamente".
A Polícia Federal considera que seu papel nas investigações é apresentar à justiça todas as informações colhidas, cabendo à justiça a decisão sobre a utilização das informações. Em nota, a corporação disse que "a interrupção de interceptações telefônicas é realizada pelas próprias empresas de telefonia móvel" e informou que "até o cumprimento da decisão judicial pela companhia telefônica, foram interceptadas algumas ligações".
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