"Alteri ne facias quod tibi fieri non vis"
Não faças aos outros o que não queres que te façam
quinta-feira, 31 de março de 2016
Vamos baixar o tom ou esperar o primeiro cadáver?, diz Edinho
- Atualizado em
O
ministro da Comunicação Social, Edinho Silva (PT), apelou nesta
quinta-feira por um diálogo do governo federal com a oposição, a fim de
pacificar confrontos políticos entre militantes governistas e
pró-impeachment nas ruas. "Vamos baixar o tom ou esperar o primeiro
cadáver? O primeiro enterro? Porque ele vai existir, não tenha dúvida,
do jeito que se está radicalizando. Vai piorar muito. Eu penso que não
estamos no auge", questionou durante conversa com jornalistas em seu
gabinete no Palácio do Planalto. "Se continuarmos alimentando a
intolerância, evidente que vamos ter algo traumático no Brasil. As
pessoas estão sendo agredidas e tem um grau de agressão que coloca em
risco a vida." Edinho disse que o governo já detectou incentivos à
violência e crimes nas redes sociais, mas que as investigações policiais
são frágeis. Ele se esquivou de analisar comentários tanto de petistas
quanto de opositores que podem ser interpretados como incentivos ao
embate. "O país tem que aprender a conviver com a diversidade de forma
pacífica. Não estou isentando ninguém, nenhum lado." Segundo o ministro,
a polarização política ocorreu nas eleições de 2014, se expandiu e
contaminou todos os setores da sociedade, "inclusive os que nunca
participaram de forma ativa do debate político". "A polarização legitima
hoje toda forma de sectarismo e de violência." Pouco antes, a
presidente Dilma Rousseff havia pedido união e comparado a intolerância
política ao nazismo, ao discursar para artistas e intelectuais que a
apoiam. (Felipe Frazão, de Brasília)
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