quarta-feira, 27 de abril de 2016

Deputados do Bloco de Oposição cobram explicações do Governador de Minas e do Comandante-Geral da PMMG

IMG 4056 optDurante a reunião da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta terça-feira, 26/4/2016, o deputado Sargento Rodrigues relatou para os parlamentares presentes os fatos ocorridos, em Ouro Preto, no dia 21 de abril, quanto a tentativa de entrar para a solenidade de entrega da medalha da Inconfidência na Praça Tiradentes, quando foi atingindo por jatos de gás lacrimogênio junto com os representantes das entidades de classe da polícia e bombeiro militar.
O deputado Sargento Rodrigues, Presidente da Comissão, destacou que está desde o dia 21 de abril sem compreender a atitude do Chefe do Gabinete Militar do Governador, Coronel Helbert Figueiró de Lourdes, que deu a ordem para que ele e os presidentes das associações de classe não entrassem ao evento. “O que nos deixou estarrecido é todos sabiam que estávamos exercendo o direito de ir e vir, que é cláusula pétrea, que não pode ser suplantado, mas o pior foi assistir os militantes do MST e da CUT, cerca de 2 mil, passarem, na nossa frente, sem identificação, sem absolutamente nenhum tipo de retenção pela mesma tropa da polícia militar”, disse. Rodrigues lembrou, ainda, que o Governador estava a menos de 200 metros falando de liberdades democráticas, enquanto cidadãos ouro-pretanos não tiveram acesso as próprias casas. “Senhores e senhoras que foram proibidos de adentrarem a praça. A gente se encontra com uma indignação que ainda não acabou”, afirmou.
Na ocasião, o deputado João Leite estendeu sua solidariedade ao deputado Sargento Rodrigues. “Sou colega do deputado Sargento Rodrigues há cinco mandatos e testemunha do trabalho incansável que ele realiza pela população de Minas Gerais, notadamente na área de segurança pública. Ele é autor de 44 leis que dão direitos aos policiais, suas famílias e merece o respeito de seus pares nesta Casa. É impensável e inaceitável o que aconteceu no dia 21 de abril com o deputado Sargento Rodrigues e seus colegas que representam os policiais militares de Minas Gerais em Ouro Preto”, ressaltou.
Ainda segundo João Leite, o bloco de Oposição da Assembleia Legislativa de Minas Gerais tomará medidas sérias contra os fatos ocorridos. “É inaceitável o que o comando da PMMG fez com o deputado Sargento Rodrigues e com os representantes da polícia militar e do corpo de bombeiros”, disse.
Também solidarizando ao deputado Sargento Rodrigues, o deputado Antônio Carlos Arantes, enfatizou que da forma que trataram Sargento Rodrigues em Ouro Preto, Fernando Pimentel mostra que seu governo não tem como dar certo. “Coronel Bianchini, que decepção! Você está manchando sua história e a da polícia. Isto não é coisa da PMMG! Isto é coisa de meia dúzia de puxa saco do desgoverno Pimentel que está preocupado apenas com a segurança dele. Ele disse que o governo dele seria para ouvir o povo e que em Ouro Preto a praça seria do povo. Em 2015, a praça foi aberta e foi homenageado o João Pedro Stédile, líder do MST, que prega a anarquia”, afirmou.
A deputada Ione Pinheiro ressaltou que ficou muito chateada porque o Sargento Rodrigues é um deputado muito atuante, que defende muito a polícia, a segurança do Estado, que defende cada um de nós. “Antes de qualquer coisa ele é representante do povo mineiro. Ele tem legitimidade. Ele ser barrado em um evento que é patrocinado pelo Governo de Minas? Temos que começar a chamar a responsabilidade dos nossos governantes. Será que é este governo que nós queremos? Porque se a polícia atuou desta forma, com gás lacrimogênio, é porque recebeu ordens e, com certeza, nós temos que chamar é o governador, que é o representante de Minas, na responsabilidade”, explicou.
Ione Pinheiro explicou, ainda, que a Assembleia Legislativa, através do Presidente, tem que tomar uma atitude. “Quando o deputado Sargento Rodrigues foi atingido, atingiu a mim e a cada um de vocês, porque ele representa os mineiros”, disse.
“Eu sou reconhecidamente deputado classista e faço questão de deixar isto claro, mas em hipótese alguma, eu admitiria que um 1º Tenente da Polícia Militar de Minas Gerais agredisse qualquer parlamentar com jato de gás lacrimogênio. Todos que estavam ali sabiam que eu sou deputado estadual e que estou em pleno exercício do mandato. Se fizeram isso com um deputado, eu não sei o que seriam capaz de fazer com outra pessoa a mando do Governador. Enquanto estamos aqui discutindo segurança pública de Baldim e região, o Governador baixou um decreto ampliando sua segurança pessoal, mantendo manifestações populares distantes”, explicou o deputado Sargento Rodrigues.
DEPUTADOS FAZEM MANIFESTAÇÃO DE REPÚDIO CONTRA ATO OCORRIDO EM OURO PRETO
P 20160421 100708 optJá na reunião ordinária de Plenário desta terça-feira, 26/4/2016, os parlamentares foram solidários em relação aos fatos ocorridos com o deputado Sargento Rodrigues no dia 21/4/2015 em Ouro Preto. O deputado Carlos Pimenta, do PDT, prestou sua solidariedade e do seu partido e pediu que a Assembleia apure os fatos. “Sargento Rodrigues estava presente com outros militares, que estavam à paisana e tentaram entrar para participar e fazer uma manifestação legítima e ordeira, mas foram absolutamente barrados pela própria polícia militar, de uma maneira truculenta, com jatos de spray de pimenta. Queria repudiar os critérios usados naquele dia, quando as pessoas que portavam bandeiras do MST entravam tranquilamente. Sargento Rodrigues foi agredido. Portanto, esta Casa foi agredida. Peço que apure os fatos. Nunca vi, na minha vida, um deputado ser impedido de entrar em um ato público por ordem do Governador”, solicitou.
Segundo o deputado Gustavo Correa, não há justificativa pela agressão sofrida pelo deputado Sargento Rodrigues por algum membro da Polícia Militar de Minas Gerais. “Aqueles que tiveram oportunidade de acompanhar todo o procedimento, conseguiram analisar que nada demais ali pleiteavam, sobretudo na condição de parlamentar, o mesmo deveria ter sido tratado da mesma forma com que os outros convidados. Eu pude acompanhar pelas imagens que determinados representantes de entidades do MST, que ali estavam para bater palmas para o governador do Estado conseguiram entrar, mas o deputado que queria utilizar o local apenas para fazer sua manifestação, fazer a cobrança, o que eu tenho certeza que 99,9% dos servidores do Estado teriam feito ao Governador que é a cobrança do pagamento dos salários em dia, não conseguiram entrar porque infelizmente a PMMG, admirada por todos nós, um ou outro membro não teve a postura e o equilíbrio necessário para o exercício das suas atividades e utilizaram gás lacrimogênio”, disse
Para o deputado João Vitor Xavier, é necessário que a mesa da Assembleia Legislativa tome alguma atitude, muito firme, suprapartidária, de defesa do parlamento e dos seus membros. “É impensável que um membro do parlamento mineiro seja impedido de entrar num evento do Governo do Estado de Minas Gerais. Antes de sua posição partidária, Sargento Rodrigues é um membro deste parlamento, eleito de maneira democrática pelo povo de Minas Gerais. No momento em que o membro do parlamento é impedido de participar de uma solenidade do Governo do Estado, nós não temos apenas este membro atingido, nós temos todo o parlamento. Peço ao Presidente que tome as providências cabíveis para que esta seja apenas uma infeliz página e uma exceção na nossa história. Ao cidadão Sargento Rodrigues, ao homem público Sargento Rodrigues, a minha inteira e absoluta solidariedade e, acima de tudo a esta Casa, o meu pedido que ela se respeite e não se coloque de cócaras a outro poder”, pediu.
De acordo com o deputado Gil Pereira, as imagens são claras, o deputado Sargento Rodrigues estava de modo pacífico com os representantes das entidades de classe. “A gente fica triste, em um momento em que se vê tanto falar em liberdade”, disse. Ainda segundo Gil Pereira, ele nunca viu polícia, a mando de alguém, jogar jato de pimenta em um parlamentar.
“Queria dizer que realmente este parlamento foi ofendido de forma dramática, terrível. Não só este parlamento, mas nós tivemos uma ofensa aos princípios basilares da democracia, as liberdades individuais e lamentavelmente não é a primeira vez. Nós precisamos dar um basta nisso. Sargento Rodrigues tem a minha solidariedade”, destacou o deputado Arnaldo Silva.
Na oportunidade, o deputado Glaycon Franco também se manifestou e fez coro as palavras dos outros deputados, quando deixou registrado sua indignação. “Indignação esta que se manifesta em todos os deputados desta Casa. Nós não podemos coadunar e nem aceitar atitudes como esta que ocorreu. Nós não podemos permitir que um deputado como o Sargento Rodrigues, que é referência nesta Casa, tenha os seus direitos tolidos, principalmente no dia 21 de abril, na Praça de Ouro Preto, berço dos movimentos libertários”, enfatizou.
Ainda durante a reunião, o deputado Gustavo Valadares, Líder do Bloco Verdade e Coerência, fez a leitura e protocolou uma manifestação de repúdio em relação aos lamentáveis fatos ocorridos no dia 21 de abril de 2016, em Ouro Preto, quando da solenidade da entrega da Medalha da Inconfidência, solicitando ao Presidente da Assembleia, que publicamente externe, em nome da Casa, o repúdio quanto aos fatos narrados, para que sejam adotadas pelos órgãos competentes as providências legais para que tais eventos lamentáveis não mais se repitam e que se apurem as responsabilidades pela sua ocorrência.
“Entraram na praça aqueles que são a favor da invasão da propriedade privada, que defendem o caos. Já os que prezam pela segurança, pelo bem-estar da população, ficaram de fora. Este é o juízo de valor do governo de Minas Gerais”, destacou o deputado Gustavo Valadares.

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