terça-feira, 5 de abril de 2016

Dilma confirma que só fará reforma ministerial após a votação do impeachment

Governo visa evitar a traição de aliados quando o processo de impedimento da presidente for votado em plenário na Casa

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A presidente Dilma Rousseff participa de encontro com artistas e intelectuais em defesa da democracia nesta quinta-feira (31), no Palácio do Planalto
Presidente Dilma Rousseff falou após evento na Base da Força Aérea (Adriano Machado/Reuters)
A presidente Dilma Rousseff confirmou nesta terça-feira que não fará nenhuma mudança nos cargos ministeriais antes da votação do processo de impeachment que corre na Câmara dos Deputados. Cauteloso, o governo pretende "amarrar" a nomeação aos cargos deixados pelo PMDB aos votos contrários ao impeachment, evitando, assim, traições na hora que o processo for levado a plenário.
"O Palácio do Planalto não está pretendendo transformar qualquer reestruturação ministerial antes de qualquer processo de votação na Câmara. Nós não iremos mexer em nada", disse a presidente, em coletiva de imprensa, após visitar a Base Aérea de Brasília, onde conheceu o novo cargueiro da Aeronáutica.
Ao mesmo tempo em que o governo quer garantir que o sepultamento do impeachment, os partidos do chamado centrão (PP, PSD, PR, PRB), que devem ser agraciados com os cargos, não querem se comprometer perante a opinião pública, caso a presidente caia no meio do caminho. Portanto, também só pretendem assumir os postos depois da votação do processo de deposição.
Perguntada se o Ministério da Educação, hoje comandado por Aloizio Mercadante, estaria na mesa de negociações, a presidente Dilma se irritou e rebateu: "Não, o MEC não está em questão". Em seguida, criticou a imprensa, dizendo que as notícias sobre trocas ministeriais são meras "especulações". "Isso é o jornalismo especulativo que cria no um país um clima de instabilidade extremamente nocivo, transformando factoides em realidade", disparou.

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